O presidente da Iniciativa Liberal (IL) afirmou que irá fazer um "teste às reais intenções de diálogo do Governo" já nas negociações do Orçamento do Estado (OE). João Cotrim Figueiredo também propôs o "fim definitivo" das restrições pandémicas e admitiu que os debates com o primeiro-ministro no Parlamento poderão passar a ocorrer a cada mês, em vez de quinzenalmente.
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À saída de uma reunião com António Costa em São Bento, esta terça-feira, o líder da IL disse não ter, para já, motivos para desconfiar que a abertura do Governo ao diálogo "não é genuína". Ainda assim, revelou que irá querer "testar" essa "suposta" abertura já nas negociações do OE.
Em concreto, os liberais irão propor "desagravamentos significativos" no IRS, bem como em medidas para a saúde ou para a revisão do sistema eleitoral. Neste último tópico, o objetivo é impedir que voltem a ocorrer situações como a que levou à anulação de milhares de votos de emigrantes, um episódio que Cotrim Figueiredo referiu não ser "um bom indicador da saúde democrática" do país.
O líder da IL revelou também que Costa mostrou abertura para que os debates parlamentares com o primeiro-ministro passem a ocorrer mensalmente. Atualmente, o chefe do Governo só tem de deslocar-se à Assembleia da República a cada dois meses, em virtude de um acordo entre PS e PSD, em 2020, que pôs fim aos debates quinzenais.
A este respeito, Cotrim Figueiredo propôs que as perguntas a colocar pelos partidos ao chefe do Governo nesses plenários passem a ser "conhecidos previamente pela comunicação social", de modo a impedir o Executivo de "fugir às respostas".
Com o PSD na mira, o presidente da IL comprometeu-se a fazer uma "oposição firme, enérgica e tecnicamente competente", que se "diferenciará de outras".
Cotrim Figueiredo fez ainda votos de que a reunião do Infarmed, marcada para esta quarta-feira, "planeie o fim definitivo" das restrições pandémicas. Sobre a situação entre Rússia e Ucrânia, disse que gostaria que o Governo "tivesse sido mais claro" a expressar o apoio a estes últimos.