O número de vítimas de violência doméstica da região de Lisboa, acompanhadas pelo Gabinete de Informação e Atendimento à Vítima (GIAV), está a aumentar. Este ano, foram ajudadas 300 pessoas desde o início do ano e até outubro, mais 35% do que em 2022.
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O Gabinete de Informação e Atendimento à Vítima (GIAV) é um organismo criado através da parceria entre a Egas Moniz School of Health and Science e o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa. O gabinete foi estabelecido para atender vítimas de violência doméstica da região de Lisboa, da forma mais adequada.
O GIAV registou e acompanhou cerca de 300 vítimas de violência doméstica na região de Lisboa desde o início deste ano até outubro. Segundo o organismo, este número é consideravelmente maior em comparação com o mesmo período de 2022, onde acompanhou 194 vítimas, registando um aumento de 35% nos processos.
"No âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, assinalado no próximo sábado, o GIAV reforça a importância das políticas para a erradicação de crimes contra as mulheres em todos os países. Só em 2023, o organismo já realizou 340 acompanhamentos em sede de declarações para memória futura (que inclui uma entrevista preparatória, a redação de um relatório, acompanhamento da vítima a Tribunal e uma sessão subsequente); 27 encaminhamentos para instituições; duas ações de formação; 22 diligências com suspeitos arguidos; 65 acompanhamentos de vítimas em inquirições, presididas por magistrado e 198 atendimentos telefónicos", pode ler-se no comunicado, enviado esta quinta-feira.
A coordenadora do GIAV, Iris Almeida, explica que a precariedade da saúde mental e as incertezas económicas e geopolíticas também explicam este aumento dos pedidos de ajuda.
O gabinete presta assistência imediata às vítimas, contando com o apoio no sistema de justiça de psicólogos forenses, estagiários académicos e psicólogos ligados à universidade parceira para auxiliar no processo de tomada de decisão do Ministério Público.
A entidade disponibiliza, ainda, serviços de voluntariado para aqueles que desejarem ajudar na diligência das vítimas atendidas. Desde o início das atividades do gabinete em 2011, foram realizadas mais de 2500 intervenções em processos-crime, "das quais 2167 foram declarações Para memória futura, 363 avaliações de risco e 330 atendimentos".