Crianças aprendem a fazer armadilhas para vespas asiáticas com velhos garrafões
Aulas da Proteção Civil de Castelo Branco já chegaram a 3500 estudantes do concelho. Mistura com água, açúcar, fermento de padeiro atrai insetos para dentro dos recipientes de plástico, mas, depois, não conseguem sair.
Corpo do artigo
Castelo Branco está a ensinar milhares de crianças a fazerem armadilhas para apanhar vespas-asiáticas e, com isso, ajudar a reduzir o número de novos ninhos. As lições já chegaram a 3500 crianças.
Maria Inês Nunes, de oito anos, foi uma das alunas que frequentou as ações do Serviço Municipal de Proteção Civil de Castelo Branco, em articulação com 80 professores da Escola a Tempo Inteiro, que, juntos, criaram um “exército” a que chamaram a “brigada do garrafão”, que ainda está ativa.
“Precisamos de um garrafão e duas garrafas de plástico, uma mistura de água com açúcar e fermento de padeiro e uns pedaços de esferovite”, recorda Maria Inês. A receita é juntar dois litros de água a um quilo de açúcar e 25 gramas de fermento de padeiro. Deixa-se fermentar esta mistura 24 horas num recipiente aberto antes de ser “servida” nas armadilhas.
Quanto à construção, basta fazer um buraco de cada lado do garrafão, onde se colocam os dois gargalos das garrafas. “Fazem-se, depois, alguns furos na tampa e no garrafão para os insetos mais pequeninos poderem sair”. As vespas-asiáticas “conseguem entrar, mas já não conseguem sair”. A experiência foi partilhada com a irmã Margarida, de 11 anos. Não só fizeram as armadilhas que colocaram nas laranjeiras da sua quinta, como fizeram mais “para dar aos avós, que também têm muitas árvores”. E colheram resultados: só num dos garrafões, caçaram 32 vespas.