<p>O Fundo Social Solidário, criado pela Igreja Católica em 2010 para acorrer aos mais necessitados, distribuiu quase 74 mil euros a 323 pessoas em Dezembro passado, revela a Cáritas Portuguesa. Resta um saldo de 198 344 euros, conseguidos sobretudo com donativos de empresas e particulares.</p>
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Os pedidos, correspondentes a 103 casos apresentados por oito das 20 dioceses de Portugal, beneficiaram sobretudo as regiões de Vila Real (100 pessoas apoiadas) e Braga (83), seguindo-se Coimbra (42), Aveiro (41), Beja (31), Açores (12), Portalegre-Castelo Branco (11) e Évora (3).
"Em termos da generosidade das pessoas, prova-se mais uma vez que elas correspondem quando são mobilizadas e sobretudo quando vêem que os fundos são aplicados naquilo para o qual foram criados", afirmou o presidente da Cáritas Portuguesa à agência "Ecclesia".
Eugénio Fonseca sublinha que a finalidade do Fundo abrange, além dos apoios financeiros, um trabalho de "sensibilização" dentro da Igreja Católica de Portugal. O responsável pretende "que todas as paróquias organizem minimamente a sua Pastoral Social, dispondo de um grupo devidamente preparado pelas Cáritas diocesanas, com o apoio da Cáritas Portuguesa".
O responsável explica que o Fundo funciona segundo o princípio da subsidiariedade, com a partilha de verbas a começar pelas paróquias, seguindo-se as dioceses, que têm projectos de apoio social próprios. "Dentro das orientações da Igreja, primeiro é a comunidade que responde de acordo com as suas possibilidades; depois será a diocese; e o Fundo Social Solidário [estrutura de nível nacional] ficará para colmatar as necessidades não supridas, na medida das suas possibilidades", refere o presidente da Cáritas. "Havendo fundos diocesanos, não faz sentido que se recorra em primeira instância ao fundo nacional", pois, em caso contrário, "vamos todos ao fundo", acentua.
O Fundo Social Solidário é administrado pela Comissão Nacional Justiça e Paz, Sociedade São Vicente de Paulo, Cáritas Portuguesa e Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos.
O Fundo Social Solidário é apenas uma amostra do que faz a Igreja, que actua sobretudo por razões de proximidade nas comunidades cristãs, onde as ajudas são mais efectivas e na maioria anónimas.
Nestes tempos de aflitiva crise económica e social, muitas pessoas batem às portas das igrejas e não vão de mãos a abanar.