Cristãos desavindos reforçam a unidade

O novo encontro anual tem como objectivo "definir uma metodologia de testemunho e anúncio comum do Evangelho, para falar ao Mundo com uma só voz, especialmente sobre questões éticas e teológicas", dizia aquele jornal do Vaticano.

Esses novos encontros serão realizados cada ano num âmbito mais próximo do que o do grupo misto de trabalho conjunto da Igreja Católica e do Conselho Mundial de Igrejas, actualmente o principal instrumento das suas relações e que tinha sido criado em 1965, integrando 36 membros, 18 de cada parte.

A decisão dos encontros anuais foi tomada durante a visita, em Roma, de Tveit ao presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch. Isso foi possível graças às "relações positivas" que existem actualmente entre a Igreja Católica e o Conselho Mundial de Igrejas, disse o padre Gosbert Byamungu.

Durante a sua visita a Roma, o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas teve um encontro com Bento XVI e com representantes da Secretaria de Estado e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Na audiência, Bento XVI encorajou Olav Fykse Tveit na sua missão e garantiu-lhe o apoio da Igreja Católica. O Papa expressou também, como referiu Tveit, interesse no modo como católicos e o Conselho Mundial estão a "desenvolver e a planificar o trabalho futuro", tendo Bento XVI pedido que "a Bíblia seja colocada no centro das conversações e reflexões teológicas para aumentar a unidade visível dos cristãos".

O Papa e o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas debateram a situação dos cristãos no Oriente Médio, reconhecendo a diminuição do número de cristãos, particularmente no Iraque, e a situação em Israel e nos Territórios Palestinos, onde, segundo Tveit, "as igrejas devem dar testemunho na unidade". Foi debatida também a situação no Sudão, onde decorrerá um referendo, em 9 de Janeiro próximo, sobre a independência do Sul.

A unidade dos cristãos é caminho que se faz ao andar...