A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) lançou uma campanha de sensibilização em que pretende reunir apoios para reforçar a resposta a pessoas em situação de sem-abrigo.
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Esta campanha procura reforçar a resposta da Cruz Vermelha Portuguesa que, com 10 estruturas locais, já conseguiu ajudar cerca de 2 mil pessoas em 2023. A instituição registou um aumento de 80% no número de pessoas apoiadas, sendo mais de metade homens.
A imagem usada na campanha inclui tendas de campismo numa rua com a mensagem “Quando os festivais acabam, nem todos deixam o acampamento”. Esta frase tem como objetivo sensibilizar a população, demonstrando que nem todos podem escolher acampar e usufruir dos festivais de verão e cada vez mais pessoas vivem em tendas devido às difíceis condições de vida.
“O aumento no número de pessoas em situação de sem-abrigo apoiadas pela Cruz Vermelha Portuguesa demonstra que esta é uma realidade que está a crescer nas ruas do nosso país, nomeadamente com os custos com habitação e outras despesas. Só com o incremento da capacidade de resposta conseguiremos acolher e ajudar a autonomizar e reintegrar mais pessoas”, refere António Saraiva, presidente da CVP.
Além de cantinas sociais e distribuição na rua, esta instituição realiza também um acompanhamento psicossocial de proximidade para promover a autonomização pessoal e a integração social de quem se encontra nesta frágil condição.
Esta campanha teve a participação da COMON que a leva a todas as cidades através de uma rede mupis, publicidade digital e anúncios de imprensa.
“O choque de realidades serve como pano de fundo para uma mensagem poderosa: da comunidade de pessoas em situação de sem-abrigo à comunidade festivaleira vai uma longa distância e é importante não passar ao lado desta situação cada vez mais alarmante”, refere Ricardo Lourenço, diretor criativo da COMON.
Está a ser revista a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem Abrigo 2025-2030. “Estamos, a pedido do Governo e em conjunto com o Governo, a fazer uma revisão, quer ao nível da adequação das respostas, quer ao nível do acompanhamento aos municípios. Acima de tudo, o que se pretende é aumentar a proximidade mas garantir também uma maior operacionalização.” afirmou o gestor executivo da estratégia, Henrique Joaquim, na Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão. “À data de hoje temos cerca de 900 vagas criadas e a funcionar, 447 para Housing First e 539 para habitação partilhada”, acrescentou.
Para contribuir para esta campanha e ajudar mais pessoas sem-abrigo a ter um teto pode visitar o site e fazer o seu donativo.