O número de doentes com covid-19 em cuidados intensivos está a atingir o limite predefinido. Segundo o relatório de monitorização das linhas vermelhas há 245 camas dedicadas aos casos graves. A ocupação está em 72%
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O aumento de número de doentes internados em cuidados intensivos com covid-19 tem vindo a aumentar. Segundo o relatório de "Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19" divulgado esta sexta-feira, na última semana, a capacidade estabelecida de 245 camas aumentou a taxa de ocupação de 56% para 72%.
No documento é avançado que o limite está a ser revisto por região e a sua atualização "será apresentada na próxima semana".
O relatório aponta que a 14 de julho estavam internadas 174 pessoas em cuidados intensivos, ontem, segundo os dados de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS) eram 171, menos três do que no dia anterior.
A maioria (86) dos internados em cuidados intensivos a 14 de julho eram doentes entre os 40 e os 59 anos. Mas não é nestas faixas etárias que a incidência está mais elevada.
O estudo, da DGS e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), mostra que a incidência cumulativa a 14 dias era de 875 casos por 100 mil habitantes entre os 20 e os 29 anos. Dos 40 aos 49 foi de 384 e dos 50 aos 59 de 202.
No total nacional, o número de novos casos por 100 mil habitantes acumulado foi de 372 casos, registando-se uma tendência crescente.
As regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo (LVT) e Algarve já ultrapassaram o limiar de 240 casos por 100 mil habitantes. A mais alta verifica-se no Algarve (883). A manter-se esta taxa de crescimento, os investigadores estimam que o tempo até que as restantes regiões atinjam este limiar seja inferior a 15 dias.
A nível da transmissibilidade (Rt) todas as regiões do país apresentavam um valor superior a 1, embora se comece a verificar um desacelerar do crescimento: A região Norte era a que apresentava um Rt mais elevado, 1,24.
Delta a 100% em LVT e no Algarve
Sobre a propagação do SARS-CoV-2, o documento explica que nas regiões de LVT e do Algarve a variante delta é responsável por 100% das novas infeções. A nível nacional tem uma preponderância de 88,6%.
Na semana de 28 de junho a 4 de julho, os investigadores do INSA não detetaram nenhum novo caso da variante delta plus, "indicando que a sua circulação em Portugal é muito limitada". No país já foram encontrados 56 casos desta variante.
Da lambda, até 15 de julho, foram identificados dois casos em território nacional. Um "refere-se a uma infeção terciária em que não foi possível identificar o caso índice". O outro foi detetado em um "cidadão alemã com história de viagem nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas".
Sobre a evolução da testagem, a proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 4,9%, valor que ultrapassou o limiar definido de 4%. Observou-se um aumento do número de testes nos sete dias anteriores à elaboração do documento.
A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 4,6% (4,5% na semana anterior), mantendo-se abaixo do limiar de 10%. Nos últimos sete dias, lê-se ainda, "86% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação, e foram rastreados e isolados os contactos de 63% de todos os casos" reportados.