A proposta da Universidade de Aveiro para um Mestrado Integrado em Medicina foi aprovada pela Comissão de Avaliação Externa da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Ao contrário do que a universidade informou, a decisão final não está tomada e cabe ao Conselho de Administração da A3ES.
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Esta manhã de sexta-feira, a Universidade de Aveiro (UA) tornou público que o Conselho de Administração da A3ES a informara que a sua proposta para um Mestrado Integrado em Medicina tinha sido aprovada.
Contudo, o presidente da A3ES referiu, em declarações ao jornal Público, que o processo ainda não está concluído. O que a Universidade de Aveiro recebeu da A3ES foi uma decisão preliminar com o relatório da Comissão de Avaliação Externa nomeada pela A3ES, que é favorável ao novo curso.
A UA confirmou, ao JN, ao início da tarde desta sexta-feira, que, de facto, o que recebeu foi o parecer favorável da Comissão de Avaliação Externa (CAE) da agência, faltando a aprovação final do Conselho de Administração da A3ES.
Há mais de uma década que a UA tenta abrir um curso de Medicina. Em 2012, teve uma proposta chumbada, mas não desistiu. A atual proposta, que prevê a abertura de 40 vagas no primeiro ano, também não passou à primeira. Em julho do ano passado, a decisão preliminar da A3ES foi negativa, como noticiou então o JN.
À data, também a proposta da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para um mestrado integrado de Medicina teve parecer negativo. Ao JN, o reitor da UTAD, Emídio Gomes, adiantou, esta sexta-feira, que a universidade ainda não foi informada de qualquer decisão da A3ES.
A A3ES tem em cima da mesa mais duas propostas para cursos de Medicina, ambas de instituições privadas: uma é da CESPU e outra da Universidade Lusófona.
No comunicado que gerou confusão, a universidade refere que a proposta envolve ensino na UA e orientação tutorial clínica em três Unidades Locais de Saúde (ULS): a ULS Região de Aveiro, a ULS Entre-Douro-e-Vouga e a ULS Gaia/Espinho, no âmbito do Centro Académico Clínico Egas Moniz Health Alliance.
Segundo a UA, o relatório da Comissão de Avaliação Externa (CAE) afirma que "a missão, a visão e os objetivos do Mestrado Integrado em Medicina estão claramente definidos e assentam num programa moderno estruturado em torno de um currículo em espiral centrado no aluno".
Lista de tutores "impressionante"
Segundo o comunicado da UA, a CAE refere, também, que "o programa está alinhado com os resultados de aprendizagem pretendidos e é adequado à aquisição de competências exigidas para um médico".
E considera que "a lista de tutores (já comprometidos) nos estágios de orientação tutorial clínica é impressionante", acrescenta o comunicado.
Quanto à investigação, adianta a UA, a CAE considera que "o programa é apoiado pela evidência de múltiplos projetos e atividades de investigação ativa (nacionais e internacionais) em curso nas áreas das ciências médicas e clínicas na UA e no Centro Académico Clínico".
Finalmente, a CAE considera também que "as infraestruturas físicas e os equipamentos disponíveis na UA são adequados para suportar as unidades curriculares".