A economia nacional está, atualmente, no topo das preocupações dos portugueses no que toca a aspetos da vida doméstica. Esta é uma das muitas conclusões do estudo "A vida em casa", levado a cabo pela IKEA, que falou com mais de 37 mil pessoas de 37 países de todo o Mundo, incluindo Portugal, e que analisa preocupações e tendências sobre a forma como as pessoas vivem em casa.
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Os dados globais são reveladores: uma em cada dez pessoas que participaram no estudo antecipa que o aumento do custo de vida vai afetar decisões importantes, como casar e ter filhos. Quase metade prevê que os seus hobbies e interesses fora de casa sejam impactados caso a inflação continue a escalar. Enquanto um quinto está preocupado com a segurança no emprego.
Segundo Paula Figueiredo, Home Furnishing Direction Leader da IKEA Portugal, "os dados revelam que as preocupações com a economia e o aumento do custo de vida, juntamente com os temas ambientais, têm impacto na forma como vivemos em casa e nos nossos planos de vida". Aliás, uma das tendências mais evidentes do estudo é o facto de os portugueses não só viverem mais preocupados com a economia nacional do que a média dos cidadãos dos 37 países ouvidos (85% face a 66%), como também revelam estarem mais preocupados com o impacto das alterações climáticas (78% disse ter esta preocupação).
Numa altura em que a habitação está no centro do debate político, olhemos pois para dentro de casa. Entre os inquiridos em Portugal, 67% sente que a sua casa reflete quem são, mas o valor cai para 56% entre os jovens. Não ter um espaço no exterior é uma das principais frustrações, algo que tem vindo a tornar-se mais evidente desde a pandemia. No campo da privacidade, só metade dos portugueses diz que a sua casa oferece privacidade a todas as pessoas que nela vivem, valor que cai para 23% para quem vive em quartos alugados. Talvez reflexo desta necessidade, 7% confessa já ter trabalhado na casa de banho.
O estudo, que vai na nona edição, alerta que as pessoas que consideram que a casa reflete a sua identidade - e um dos elementos que mais contribui para isto é ter espaço para as suas necessidades e interesses - têm o dobro da probabilidade de a percecionarem como fonte de bem-estar mental. E conclui que, atualmente, "a casa é mais importante do que nunca", já que "as pessoas passam hoje mais tempo nas suas habitações".