Ana Mónica trabalhava numa loja de tecidos e o embate da pandemia acabou por ser o empurrão de que precisava para se emancipar. Criou um negócio de decoração em nome próprio, na terra de berço e do coração: Matosinhos.
Corpo do artigo
Habituada a dar forma a qualquer tecido - um talento herdado da mãe, que fora costureira -, Ana Mónica urdiuo próprio caminho quando, no início da pandemia, a empresa onde trabalhou durante 14 anos estremeceu. Deixou o emprego, em junho de 2020, para confecionar cortinas com mais duas colegas da loja onde trabalhara e acabou por criar um negócio de decoração de interiores.
"Na altura, comprei três máquinas de costura e falei com um dos meus fornecedores de tecidos, que me cedeu um espaço no armazém para começarmos a costurar. E nunca mais paramos: um, dois, três, quatro clientes... Foi crescendo sempre e, ao fim de um ano, consegui vir para Matosinhos, que era o meu sonho", desfia a decoradora de interiores, de 45 anos, quase a rodopiar de felicidade pela loja que abriu a 1 de junho de 2021, no espaço do antigo café Sinos, mesmo em frente à Escola de Música Óscar da Silva.
Confeções à frente do cliente
São cerca de 100 metros quadrados de área onde há espaço de exposição, com mobiliário restaurado ou estofado pela empresa, amostras de tecidos, catálogos de papel de parede e, ao fundo, a mesa enorme onde Inês e Emília fazem as confeções "em frente ao cliente".
Depois de ter a loja-ateliê aberta, Ana Mónica, que trabalha com tecidos desde os 15 anos, passou a fazer projetos de decoração de interiores de A a Z. "Faço tudo. Comecei por confecionar cortinas, introduzi o papel de parede e os tapetes e, agora, faço cabeceiras de camas, sofás, restauros de móveis, coloco chãos", enumera a empresária, que há anos fez um curso de decoração de interiores.
Fiz aquilo que queria, que era trabalhar para mim. Era o meu sonho, na área que quero e o que quero
Tem produtos para todos os públicos - desde "tecidos bastante económicos até aos de gama muito alta" - e, além de trabalhar diretamente para o cliente final, também executa pedidos de outros decoradores.
O negócio foi-se agigantando graças "ao passa-palavra", diz, destacando o "atendimento personalizado" que faz, bem como os "orçamentos grátis e deslocação a casa do cliente" e respetiva instalação de todo o projeto no local. Agora, a ideia é começar a tecer a expansão, através da "abertura de lojas de decoração que tragam trabalho para o ateliê", adianta.
Hoje, Ana Mónica confessa que é uma profissional "realizada": "Fiz aquilo que queria, que era trabalhar para mim. Era o meu sonho, na área que quero e o que quero"