Beyond Composites Empresa agarrou oportunidade há cinco anos e entrou na indústria da defesa com soluções para os três ramos.
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Quando Fernando Cunha fundou a Beyond Composites, em 2018, com mais quatro investigadores da Universidade do Minho, a entrada na indústria de defesa ainda era uma miragem. Mas o salto foi natural. Atualmente, a empresa com sede em Vila Nova de Gaia tem capacidade para produzir material de proteção balística para 20 carros de combate por dia. E não se fica pelos sistemas de proteção para os capacetes e para os coletes balísticos.
Desde cedo que a Beyond Composites afirmou-se como uma exportadora de materiais compósitos, sobretudo para o mercado espanhol, com soluções para os setores da mobilidade. Na prática, produzem para-choques frontais, traseiros, tetos ou apoios de braços para comboios e autocarros, combinando o desenvolvimento de materiais com tecnologias de produção avançadas.
Da mobilidade para a defesa foi uma questão de tempo e de aproveitar as oportunidades. Fernando Cunha, CEO da Beyond Composites, explica que a génese do trabalho para os dois setores é o mesmo: desenvolver material de proteção contra o impacto, referindo a importância de desenvolver soluções mais leves, mantendo a sua performance técnica.
Materiais para 20 carros
Por isso não é difícil de encontrar os equipamentos portugueses nas Forças Armadas de todo o mundo. Na proteção de pessoas, produzem sistemas de proteção para o capacete balístico e para os coletes balísticos. No caso de bens, o portefólio é mais extenso. Desde proteções balísticas para carros de combate, lanchas, navios, proteção de helicópteros e de drones.
“O nosso material não é mais do que uma plataforma tecnológica que conseguimos desdobrar e aplicar em diversos produtos e soluções. Temos um forte conhecimento na área dos materiais e nos sistemas de proteção balística, que nos permite trabalhar dessa forma”, aponta Fernando Cunha. Também aqui os materiais são 100% exportados para Espanha, onde se encontram os fabricantes e construtores dos equipamentos. “Temos capacidade de produção instalada de 2.000 m² por dia, é o equivalente a fornecermos 20 carros por dia”, acrescenta.
A entrada da Sonae Capital Industrials, no início do ano, com a aquisição de uma participação maioritária no capital da empresa, vai permitir entrar nas “cadeias de abastecimento que atualmente estão estabelecidas”. “É uma indústria altamente difícil de entrar, que obriga a uma relação de confiança com o cliente”, conclui Fernando Cunha.