André Ventura garantiu esta terça-feira que primeira decisão em caso de vitória nas legislativas seria demitir Pedro Góis do Observatório das Migrações. Pedro Nuno Santos diz que líder do Chega precisa de criar "medo" para existir.
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Entre irritações assumidas e provocações constantes, o confronto televisivo entre Pedro Nuno Santos e André Ventura teve o seu momento mais tenso no debate sobre imigração, com o Chega a acusar o PS de “bandalheira” e o segundo a criticar o “discurso de ódio”. A certo ponto, Ventura prometeu que, a sair vitorioso das eleições, a primeira coisa que faria seria demitir Pedro Góis do Observatório das Migrações por ter defendido prioridade na habitação para imigrantes porque os portugueses podem viver com os pais mais alguns anos.
Na TVI, foram questionados sobre os mais de 100 mil trabalhadores estrangeiros necessários no país. Pedro Nuno falou de “imigração regulada e com regras”. O líder do PS, que defendeu alternativas ao fim da manifestação de interesse, “mecanismo desadequado com incentivos errados”, disse apoiar a “via verde” que entrou agora em vigor. Numa crítica ao oponente, disse que o caminho não é “alimentar o ódio” ou “discursos divisionistas”, notando que “a contribuição dos imigrantes para a Segurança Social é cinco vezes superior ao que recebem”.
Ventura acusou Pedro Nuno de ser “o segundo grande responsável pela política de bandalheira e portas abertas”, pois “o primeiro é António Costa”. Com 1,6 milhões de imigrantes, insistiu em culpar o PS por “acabar com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras”.
"Cravos na fronteira"
“Não são Pedro Nuno Santos, Mariana Mortágua e Paulo Raimundo que vão com os cravos defender as fronteiras”, atirou ainda.Recorrendo ao caso do jovem assassinado à porta de um bar em Braga, Ventura defendeu que quem comete crimes devia ser “algemado e enviado para o país dele”. Sobre a nova “via verde”, ironizou que “é uma coisa ótima, de génio”, com “quase dois milhões de imigrantes”, crises na habitação e saúde. Pedro Nuno Santos acusou-o de “mentir sistematicamente” porque “precisa de um inimigo e do medo para existir”. E “não existe relação entre criminalidade e imigração”.