A Igreja Católica encerra o Ano Paulino, dedicado a S. Paulo, e abre o Ano Sacerdotal, exaltando a missão dos padres, sem esconder os seus escândalos
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O Ano Paulino, com as comemorações, em Igreja, dos 2000 anos de nascimento de S. Paulo, está prestes a terminar e já a Igreja Católica anuncia nova iniciativa - o Ano Sacerdotal.
O Ano Sacerdotal terá o seu início já em 19 de Junho próximo, numa iniciativa do Papa Bento XVI para comemorar o 150.º aniversário da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura d'Ars, proposto como modelo para os padres católicos.
O anúncio do Ano Sacerdotal, como diz o prefeito da Congregação para o Clero, cardeal brasileiro Cláudio Hummes, teve "repercussão mundial positiva, especialmente entre os próprios sacerdotes". Os católicos, diz também o cardeal Hummes, "amam os seus padres" e querem vê-los "felizes, santos e alegres no trabalho apostólico".
A Igreja Católica reafirma, na expresão do prefeito da Congregação para o Clero, que "se orgulha dos seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão o seu trabalho pastoral e o seu testemunho de vida", Tudo isso porque entende que eles "são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são". A identidade do ministério sacerdotal está mais naquilo que são os padres do que naquilo que fazem, embora hoje a sua escassez os obrigue ao stresse nas suas múltiplas actividades, sendo a maioria deles de idade já adiantada, como acontece em Portugal.
A Igreja Católica, apesar da estima pelos seus padres, não esquece os mais recentes escândalos de clérigos, especialmente os casos de pedofilia. Defende o cardeal Hummes que a esses "é preciso continuar a investigá-los, julgá-los devidamente e puni-los". Constituem "percentagem muito pequena", pois, na sua maioria, os sacerdotes "são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda a vida na realização da sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os que sofrem".
O Ano Sacerdotal poderá ser uma ocasião para "aprofundamento da identidade sacerdotal, da teologia do sacerdócio católico e do sentido extraordinário da vocação e da missão dos sacerdotes na Igreja e na sociedade". Será também uma oportunidade para a Igreja Católica redescobrir, nas comunidades e nas famílias, a graça das vocações sacerdotais.