Vai ser preciso esperar por Marcelo para saber se e quando haverá eleições. Mas o PS vai mudar de líder. Se as sondagens dos últimos meses ditassem a escolha, Mariana Vieira da Silva seria a favorita. É a única com avaliações positivas. Medina e Pedro Nuno foram castigados sempre que os portugueses deram a sua opinião.
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Depois da vitória com maioria absoluta, em janeiro de 2022, António Costa fez questão de colocar no Governo todos os seus potenciais delfins. Foi, aliás, criticado por dar primazia aos equilíbrios partidários internos, em detrimento de perfis mais técnicos. A primeira a cair foi a ministra da Saúde Marta Temido, que passou de bestial (no rescaldo da pandemia) a besta (depois de um verão caótico nas urgências de Obstetrícia). O seguinte foi Pedro Nuno Santos, o antigo maestro da geringonça. Primeiro, com um empurrão do primeiro-ministro, que o desautorizou publicamente, recusando a sua escolha para a localização do novo aeroporto de Lisboa. Depois, por culpa própria, quando foi obrigado a desdizer-se sobre o que sabia e não sabia no escândalo da indemnização da TAP a Alexandra Reis.
Pedro Nuno Santos demitiu-se nos últimos dias do ano passado e já não foi avaliado no barómetro de janeiro de 2023 da Aximage para o JN, DN e TSF. Mas os resultados das duas vagas anteriores não deixam margem para dúvidas sobre o que pensam os portugueses (e eventualmente os eleitores): em julho do ano passado, com a imagem fresca da humilhação do aeroporto, o então ministro das Infraestruturas foi arrasado e registou um saldo negativo de 32 pontos (diferença entre positivas e negativas). Três meses depois, em setembro de 2022, mantinha-se uma visão claramente negativa, ainda que ligeiramente mitigada: 21 pontos de saldo negativo. E, finalmente, em dezembro desse ano, depois de ser obrigado a reconhecer que sabia da indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis, não teve outro remédio do que sair pela porta pequena.