Notícias falsas são perigosas (84%), circulam sobretudo nas redes (79%) e a maioria dos cidadãos (56%) já se confrontaram com o fenómeno, revela sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF.
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Uma grande maioria de portugueses (84%) considera que a desinformação e as notícias falsas constituem uma ameaça elevada ao sistema político e à democracia, de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF. As redes sociais destacam-se como o meio em que essa ameaça é mais evidente (79%) e a melhor forma de a combater é com regulamentação específica para as redes (34%) e sanções aos infratores (32%).
Nas últimas décadas, e em particular neste século XXI, surgiu uma nova ameaça ao equilíbrio da sociedade portuguesa. Há um consenso generalizado de que a desinformação constitui um perigo elevado para o sistema político e a democracia (84%), sendo que mais de metade dos portugueses (56%) diz já ter sido confrontado notícias falsas, com destaque para quem tem melhores rendimentos (71%), os homens (68%), os que têm entre 35 e 64 anos (64%) e quem vive nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto (61%).
Confrontados com a hipótese de indicar até três meios onde todos estamos mais expostos à desinformação e das notícias falsas, há um consenso bastante alargado relativamente ao perigo de redes sociais como o Facebook, o Instagram ou o Tik Tok (79%), que foram as mais apontadas em todos os segmentos em que se divide a amostra (regiões, género, idade, classe social e voto partidário).
Imediatamente a seguir surgem as aplicações de mensagens como o WhatsApp e o Messenger (46%), com destaque para os homens, quem vive no Porto, os que têm entre 35 e 49 anos e os que têm melhores rendimentos, as plataformas de vídeo e streaming como o Youtube (43%), e os meios de comunicação online (37%), com destaque para quem tem entre 18 e 34 anos.
Os meios de comunicação ditos tradicionais estão no fundo da tabela, ou seja, são aqueles em que é menor o risco do cidadão ser confrontado com desinformação e notícias falsas. A televisão é apontada por 22%, os jornais e revistas impressas por 16% e a rádio por 6%. Mas há um segmento da amostra que se destaca pelos perigos que vislumbra nestes três meios: os eleitores do Chega (38% apontam às televisões; 22% aos jornais e revistas impressos; e 12% às rádios).
Se a desinformação e as notícias falsas são um perigo para a democracia e a sociedade, como devemos combatê-la? Os inquiridos foram desafiados a escolher duas medidas e as duas mais citadas foram a criação de regulamentação específica para as redes sociais (34%), que parece interessar particularmente quem vota na AD e no PS; e a promoção de sanções aos infratores (32%), que mobiliza sobretudo os eleitores do Livre e do Chega.
Seguem-se propostas como a de os jornalistas serem mais ativos na verificação dos factos (27%), em que se destacam os eleitores do BE; campanhas de esclarecimento e alerta (25%), que atraem os que votam na Iniciativa Liberal; programas educativos específicos para jovens e adultos (23%), de novo com os liberais em destaque; a criação de mais sites de verificação de factos (23%), que interessa sobretudo a quem vota no BE e no Chega; e a criação de mais mecanismos de denúncia (22%), uma medida em que se destacam os eleitores comunistas e liberais.