Depois do boom, Portugal está menos atrativo para os nómadas digitais
Não muito longe no tempo, nos anos da pandemia, Portugal posicionava-se como um dos lugares de eleição dos nómadas digitais. Muito embora o território nacional continue a ocupar os lugares cimeiros das preferências, o poder de atratividade já não é o mesmo, segundo os dados e as opiniões recolhidas pelo JN.
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Há quem culpe a falta de estratégia do país, já outros justificam com a tendência de regresso ao escritório praticado por algumas empresas. O visto para trabalhadores remotos, criado em 2022, em Portugal, parece ter perdido o fulgor. Este ano, até setembro, 1639 pessoas entraram em Portugal com visto de trabalho remoto. No ano passado, pela mesma altura, tinham sido emitidos 2256 vistos (-27,3%).
“Tenho a certeza de que Portugal perdeu a atratividade”, refere Gonçalo Hall. O presidente da Digital Nomad Association Portugal defende que, na altura da criação do visto de trabalho remoto, em 2022, pelo Governo de António Costa, se “pensou que seria tudo muito fácil”, mas faltou uma “estratégia a sério”. O também nómada digital acredita que o fim do estatuto de residente não habitual foi uma “machadada na reputação internacional de Portugal”, uma vez que havia trabalhadores remotos a querer ficar no país.