O social-democrata Pedro Rodrigues demitiu-se de coordenador dos deputados do PSD na Comissão Parlamentar de Segurança Social, em rutura com Rui Rio.
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Rodrigues acusa Rio de "não se reunir" com a bancada, para concertar posições, e de mostrar "falta de confiança" no seu trabalho. O deputado lamenta ainda não ser ouvido pelo líder do PSD quanto à área que tutela.
"Não posso de modo algum manter-me indiferente à circunstância de decisões extraordinariamente importantes e estratégicas no domínio das áreas sob a responsabilidade da 10ª Comissão serem tomadas sem a minha participação, tomando sistematicamente conhecimento das mesmas pela comunicação social ou no momento em que as mesmas se materializam", aponta numa carta aberta enviada a Rio, a que o JN acedeu, e onde denuncia ainda "o prolongado silêncio" do líder do PSD em relação à sua iniciativa que visa a realização de um referendo sobre a eutanasia.
Segundo o parlamentar, "tem sido com perplexidade e preocupação" que tem percebido que Rio "não tem sentido necessidade de coordenar nesta fase crítica com a equipa de coordenação da 10ª Comissão, quer o sentido de voto em matérias fundamentais sob a responsabilidade da 10ª Comissão, quer o conteúdo e a oportunidade de iniciativas parlamentares nesse mesmo âmbito ou mesmo de debates parlamentares de especial relevância nas áreas da segurança social e do trabalho".
O líder do PSD é acusado de "não se reunir e envolver devidamente o Grupo Parlamentar de forma a potenciar a energia, o talento e a criatividade".
O antigo presidente da JSD lembra que desde que, em fevereiro de 2020, apresentou um anteprojeto de recomendação à realização de um referendo sobre a eutanásia, Rio adotou um "prolongado silêncio" relativamente à iniciativa. O deputado lembra que agiu, entre outras razões, "na sequência de deliberação do Congresso", que aprovou um pedido de consulta popular sobre o tema.
Concluindo: "Apenas posso considerar que tal circunstância se deve à falta de confiança de V.Exa [Rui Rio] no Coordenador dos Deputados da 10ª Comissão". "Nesse sentido não me resta outra alternativa que não seja apresentar a minha demissão, com efeitos imediatos, das funções de coordenador", refere.