Especialistas defendem que é preciso manter identidade dos locais, salvaguardando património, cultura, comércio e residentes. Resposta poderá “ser atribuição de apoios e criação de legislação”.
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A massificação excessiva do turismo pode levar à descaracterização de centros históricos e consequente perda de interesse. E a falta de turistas noutros locais impede a reabilitação e vitalidade económica que ajuda a fixar pessoas. Alertas que surgem no Dia Nacional dos Centros Históricos, que se assinala hoje, para que a “galinha dos ovos de ouro” não morra nem fique esquecida.
Isabel Vaz de Freitas, diretora do departamento de Turismo, Património e Cultura da Universidade Portucalense, avisa que há um “desequilíbrio enorme em termos territoriais”. Se há centros históricos onde é preciso “encontrar alavancas” que atraiam visitantes e induzam a vitalidade económica necessária para reabilitar locais que parecem quase abandonados, noutras cidades com grande procura é preciso perceber “quais são os limites”. “Se continuarmos neste processo de massificação turística em algumas cidades, a descaracterização poderá acontecer”. E perder o “que é mais identitário, a história e património que nos deu valor num determinado momento e trouxe os turistas”, fará com que “as pessoas que nos visitam achem que está tudo muito estandardizado, muito globalizado e artificial”.