Um desfile militar de grandes dimensões, com passagem de caças F-16, assinala este domingo, na Avenida da Liberdade, Lisboa, os 100 anos do Armistício da I Guerra Mundial, reunindo as altas figuras do Estado.
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Além do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, marcam presença os ex-presidentes da República António Ramalho Eanes e Jorge Sampaio.
A cerimónia evocativa dos 100 anos do fim da I Guerra Mundial (1914-1918) começou às 11 horas com a chegada do presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, que passou revista às forças em parada e discursou às 11.30 depois de uma homenagem aos mortos, com a deposição de uma coroa de flores.
O desfile militar iniciou-se em seguida no sentido descendente da Avenida da Liberdade, a partir do Marquês de Pombal até aos Restauradores, reunindo cerca de 4500 elementos, dos quais 3437 militares das Forças Armadas, 390 militares da GNR, 390 polícias da PSP e 160 antigos combatentes.
Estão ainda representadas as forças armadas da Alemanha, EUA, França e Reino Unido, com 80 militares, e o Colégio Militar e os Pupilos do Exército, com 180 alunos.
O desfile é organizado pela Liga dos Combatentes e pelo EMGFA e obrigou a medidas especiais de segurança e a restrições de trânsito na cidade, com a PSP a apelar aos cidadãos que queiram assistir a utilizar os transportes públicos, especialmente o metropolitano.
A cerimónia conta ainda com 111 viaturas e motos das forças de segurança, 86 cavalos e 78 viaturas das Forças Armadas. A completar o dispositivo, haverá uma componente naval, com uma fragata e um navio de patrulha oceânico fundeados no Tejo, e a formação de aeronaves F-16, para passagem aérea durante a homenagem aos mortos.
Com o propósito de "homenagear a paz" e "honrar a memória" dos 100 mil portugueses que combateram na I Guerra Mundial e os 7500 que morreram no conflito, a cerimónia pretende ainda "estimular o orgulho nacional" e ser "um ato de cidadania", segundo porta-voz do EMGFA, chefiado pelo almirante António Silva Ribeiro.
Quanto às medidas especiais de segurança, a Avenida da Liberdade estará delimitada em zonas para o público, com gradeamentos e carris anti-veículo.
A operação não prevê controlo de acessos, mas envolverá "alguns milhares de polícias" de várias unidades face ao "risco significativo" que a PSP associa a iniciativas desta dimensão e com a presença de altas entidades.
Portugal participou na Grande Guerra com cerca de 100.000 homens ao lado dos aliados, enviando para a frente ocidental o Corpo Expedicionário Português, em 1917.
Os soldados portugueses estiveram também presentes na frente de Angola, em 1914-1915, em Moçambique, entre 1914 e 1918, e em França, em 1917 e 1918.