A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu, no ano passado, mais de 200 mil cheques-dentista que não foram utilizados pelos utentes. A taxa de utilização destes cheques até está a aumentar há quatro anos, mas ainda está em 68%, distante dos 75% que são o objetivo daquele organismo.
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O programa nacional de promoção da saúde oral, da DGS, entregou 635.260 cheques dentista em 2023, mas só 431.917 é que foram usados, revelam os números da DGS, a propósito do Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinala esta quarta-feira.
Assim, a taxa de utilização destes cheques foi de 68% e houve 203.343 que ficaram por utilizar. Correspondem a sete milhões de euros que o Estado português poupou. No ano passado, os cheques utilizados representaram uma despesa pública de 15 milhões de euros.
O objetivo da DGS é atingir os 75% de taxa de utilização de cheques dentista, por isso está a simplificar os procedimentos “para desmaterializar o acesso através de forma digital”.
A DGS destaca que a maioria dos tratamentos realizados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) são preventivos, sendo que a taxa correspondente a estes cuidados de prevenção “subiu 10% nos últimos seis anos”.
Referenciações por usar
O número de referenciações emitidas em 2023 para consulta de medicina dentária foi de 86.170, o mais alto de sempre, mas também aqui só foram utilizadas 26 496, ou seja, 31%. Já para a consulta de higiene oral foram registadas 27.527 referenciações e utilizadas 15.293 (56%).
Os cheques dentista dão acesso a consultas e tratamentos gratuitos de medicina dentária. Estão abrangidas as grávidas, jovens até aos 18 anos, portadores de VIH/SIDA, beneficiários do Complemento Solidário para Idosos e utentes com lesão suspeita de cancro oral.
Quem está elegível pode obter o cheque dentista através de uma consulta com o médico de família, exceto para as crianças com mais de seis anos, em que o acesso é decidido na escola. Com o cheque na mão, basta marcar a consulta num dentista privado que consta da vasta lista nacional, no site da DGS.