Detetados 254 casos de mutilação genital feminina em Portugal no ano passado
A subida dos casos detetados de mutilação genital feminina deve-se a maior capacitação dos profissionais de saúde e da área social, diz presidente da CIG. Na última década, foram sinalizadas 1290 mulheres, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgados esta quinta-feira.
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São cada vez mais sinalizados casos de mutilação genital feminina: só o ano passado foram detetados e sinalizados 254 casos da prática deste crime, um aumento de cerca de 14% face a 2023, mantendo-se a tendência crescente verificada desde 2021, revela um novo relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS), a propósito do Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, que se assinala esta quinta-feira.
As situações dizem respeito a mulheres que residem em Portugal, a grande maioria (70,9%) vítimas de excisões ainda em criança, até aos nove anos de idade. E a prática foi identificada quando tinham, em média, 30 anos. Continuam a ser principalmente realizados na Guiné-Bissau (65,4%) e na Guiné Conacri (26,4%), em linha com o predomínio destas comunidades imigrantes em Portugal e a prevalência estimada da prática nesses países, sublinha a DGS. Nenhum dos casos foi praticado em Portugal.