Os 19 ativistas do grupo "Fim ao Fóssil" que entraram, esta sexta-feira, no Ministério das Infraestruturas e outros três que tentaram entrar no Ministério do Ambiente em protesto contra a "inação do Governo e das instituições em acabar com os combustíveis fósseis" foram detidos. No total, já foram detidos 23 ativistas.
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Os ativistas climáticos estão, uma vez mais, em protesto para reivindicar o fim ao fóssil até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025 e, para garantir que este é o último inverno em que gás fóssil é utilizado para produzir eletricidade em Portugal. A PSP confirmou à agência Lusa que foram detidos 19 ativistas por se terem introduzido num lugar vedado ao público, dentro do Ministério das Infraestruturas e outros quatro ativistas no Ministério do Ambiente. No total, são 23 ativistas detidos.
Esta sexta-feira, alguns elementos do grupo "Fim ao Fóssil" ocuparam, por volta das 11 horas, o edifício do Ministério das Infraestruturas, onde se sentaram no chão, conectados por tubos. Além disso, barricaram algumas das portas. Depois de ocuparem o edifício durante as últimas quatro horas, pelas 15 horas as forças policiais retiram os 15 estudantes do edifício. Acabaram todos detidos, apontou a mesma fonte.
Além do protesto no Ministério das Infraestruturas, os estudantes estão em marcha na rua do Ministério do Ambiente. No entanto, as forças policiais que estiveram no local impediram que entrassem neste edifício. Três estudantes foram detidos pela PSP. Um outro ficou ferido, segundo revela a agência Lusa.
Foram ainda detidos outros dois ativistas, apontou a mesma fonte. Uma jovem que confrontou a polícia por, alegadamente, ter revistado três ativistas menores de idade durante a marcha até ao Ministério do Ambiente, acabando por apreender as suas malas. E outro estudante que estaria no exterior da esquadra do Bairro Alto a apoiar os três estudantes detidos. Os jovens foram parados por uma barreira policial à frente da esquadra.
O JN contactou o Gabinete de Impresa e Relações Públicas do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP, que neste momento ainda se encontra a apurar mais informações sobre o sucedido.
"Este problema não pode ser só resolvido no Ministério do Ambiente. É um problema sistémico, que necessita do envolvimento de todo o Governo e de todas as instituições. No caso deste ministério, vai ser necessário para desmantelar de forma justa todas as infraesturturas poluentes e criar as necessárias para a transição, como para produção de energia renovável e expansão dos transportes públicos", afirma Leonor Penha, porta-voz do grupo.
"O tempo está a esgotar-se. O Governo tem de tomar medidas agora ou podemos chegar em poucos anos ao ponto de não retorno. Acabar com o gás fóssil é o primeiro passo para garantir que nós vamos ter um futuro. Ignorar isto é criminoso e torna este Governo ilegítimo", afirma Beatriz Xavier, porta voz do grupo que está a tentar entrar no edifício do Ministério do Ambiente.
Os estudantes recusam-se a parar, até que o Governo se comprometa a criar um serviço público de energias renováveis que garanta as reivindicações que têm apresentado.