Está a aumentar o número de bebés que ficam retidos nas maternidades por falta de casa. O "Expresso" dá conta que só na Maternidade Alfredo da Costa foram 28 no ano passado. O número de grávidas sem acompanhamento clínico durante a gestação também aumentou.
Corpo do artigo
O jornal apurou ainda que no Hospital São Francisco Xavier foram 26 os recém-nascidos que ficaram retidos por falta de condições sociais da família e no Garcia de Orta se contaram 30 casos.
Em muitas das situações, a falta de resposta de habitação social obriga a separar mães e filhos, encaminhados para famílias de acolhimento ou instituições.
Ao "Expresso", Fátima Xarepe, responsável pelo Serviço Social da Maternidade Alfredo da Costa, aponta a crise habitacional para o aumento destes casos de internamentos sociais, relatando que muitas das grávidas vivem em casas sobrelotadas, ou mesmo na rua. Dos 28 bebés que ali ficaram retidos em 2024, 13 são filhos de mulheres que vivem na rua. A maioria das mães são imigrantes, algumas ilegais. Um dos casos relatados ao jornal é o de uma mulher que pagava 150 euros por dormir num colchão debaixo de um vão de escada, no centro de Lisboa.
Outra estatística alarmante é o facto de estarem a aumentar o número de grávidas que não são acompanhadas ao longo da gestação. As mães de 51 dos 124 partos realizados na Maternidade Alfredo da Costa no ano passado não foram seguidas, o dobro do número verificado em 2023.