Ainda a operacionalizar a testagem em massa, a Direção-Geral da Saúde (DGS) reuniu, nesta semana, com laboratórios clínicos para perceber a capacidade instalada. Segundo o JN apurou, em cima da mesa está a realização de testes rápidos a alunos, docentes e auxiliares antes da reabertura das escolas. O plano em estudo deverá prever cerca de 400 mil testes antigénio de 14 em 14 dias.
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A dias de ser conhecido o plano de desconfinamento, as autoridades de saúde ultimam a estratégia nacional de testagem, nomeadamente no que ao uso de testes rápidos em massa concerne. Com entrada em vigor prevista no passado dia 15, a massificação da testagem foi sendo sucessivamente adiada por novas normas.
Nesta semana, a DGS reuniu com os laboratórios convencionados para perceber qual a capacidade instalada tanto para testes antigénio (rápidos) como para PCR (com maior sensibilidade). Tendo o JN apurado junto de fonte ligada ao processo que, em cima da mesa, está a realização de testes junto da comunidade educativa antes da reabertura das escolas. Sendo que para esta testagem poderá ponderar o nível de risco concelhio.
Ao JN, o patologista Germano Sousa, fundador dos laboratórios com o seu nome, admite, tendo por base a última norma e num cálculo aproximado, que em causa possa estar a realização de cerca de "400 mil testes [de antigénio] de 14 em 14 dias". Só assim, diz, "faz sentido; e incidindo sobre a mesma população".
Contactado, o Ministério da Saúde reafirmou que "a estratégia está a ser operacionalizada e será divulgada oportunamente". Recorde-se que a norma mais recente prevê a realização periódica de testes rápidos em escolas e atividades económicas de maior exposição ao vírus "nos concelhos com incidência cumulativa a 14 dias superior a 120 por 100 mil habitantes".
A saber
PCR e antigénio
Os testes PCR são os mais usados, pela elevada sensibilidade e especificidade na identificação de vários genes do vírus. Os resultados são conhecidos entre 48 e 72 horas. Os testes rápidos de antigénio dão resultados num espaço de 20 a 30 minutos, mas têm uma menor sensibilidade, aumentado a possibilidade de falsos negativos. Ambos são feitos com zagaratoa. Na última norma, a DGS admite também testes com recurso a amostra de saliva.
Capacidade
A Unilabs tem capacidade para fazer até 20 mil PCR e 20 mil de antigénio por dia. Atualmente, está a fazer um total de três mil. No pico de janeiro, chegou aos 10 500 PCR e 1500 de antigénio. Os laboratórios Germano Sousa têm capacidade diária para 13 mil PCR e 20/25 mil rápidos. Neste momento, estão a fazer cerca de três mil PCR/dia, depois de ultrapassarem os 10 mil em janeiro.
Menos testes
Com a estratégia ainda a ser ultimada, a testagem continua semana a semana, em linha com a descida de novos casos. Na presente semana todos os dias ficaram abaixo dos 30 mil testes.