Valor do processo eleitoral baixou, apesar das regras da pandemia. Votação de 2013 foi a mais cara de sempre.
Corpo do artigo
As eleições deste domingo vão custar por cada eleitor cerca de 1,12 euros face aos valores do processo eleitoral de há quatro anos. Isto apesar do cumprimento das regras de saúde pública devido à pandemia, que incluem, por exemplo, mais uma hora para votar, fechando as urnas às 20 horas.
As autárquicas de 2013 continuam a ser a mais caras de sempre, com cada voto a ter um custo de 1,72 euros, mais 60 cêntimos do que no escrutínio de hoje que chama às urnas 9,3 milhões de eleitores.
Para que os 9 323 688 cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais possam colocar, hoje, o seu voto nas urnas, o Estado conta gastar 10,5 milhões de euros. Ou seja, o voto de cada eleitor vai custar 1,12 euros, menos 15 cêntimos do que há quatro anos (foi 1,27 euros). E menos 60 cêntimos do que, em 2013, as autárquicas mais cara de sempre, na altura, justificado pela reorganização do mapa administrativo. Tiveram 14 milhões de euros de custos operacionais, mais três milhões do que o escrutínio local anterior.
Os custos devem-se à impressão dos boletins de voto e à constituição das mesas, em maior número devido às regras da pandemia. Segundo o Ministério da Administração Interna, foram criadas 3821 secções de voto, o que representa uma média de 675 eleitores por mesa.
Já os candidatos previam gastar um total de 33,6 milhões de euros com a campanha eleitoral, abaixo dos cerca de 39 milhões de euros utilizados em 2017.
Dois mil mandatos
Dos mais de nove milhões de cidadãos inscritos para as autárquicas de hoje, 29 814 são estrangeiros, dos quais 13 924 em Estados-membros da União Europeia e 15 890 em países terceiros, como Cabo Verde, Brasil, Reino Unido e Venezuela.
Estão em disputa 2064 mandatos nas câmaras municipais e 6448 lugares nas assembleias municipais. Lugares que serão disputados nos 308 concelhos do país por mais de 20 partidos, sozinhos ou em coligações, além de 64 grupos de cidadãos, sendo que, em quatro municípios, há dois movimentos em cada: Albufeira (distrito Faro), Sabrosa (Vila Real), Redondo (Évora) e Castelo de Paiva (Aveiro) .
Os partidos que concorrem às eleições autárquicas são: Aliança, BE, CDS-PP, Chega, Ergue-te, Iniciativa Liberal, JPP, Livre, MAS, MPT, Nós, Cidadãos!, PAN, PCP e PEV (que formam a CDU), PCTP/MRPP, PDR, PPM, PS, PSD, PTP, RIR e Volt Portugal.
mais de 12 mil listas
No total, segundo estimativas da Comissão Nacional de Eleições (CNE), vão a votos cerca de 12 370 listas candidatas, 1035 das quais provenientes de movimentos independentes.
Vão a votos mais de 80% dos atuais 308 presidentes de câmaras municipais, sendo que metade concorre a um terceiro e último mandato.
Braille
Deficientes não têm meios
Ao contrário das eleições para o Parlamento Europeu, Assembleia da República e Presidenciais, nas autárquicas não existem boletins com matriz em braille. Isto apesar de, há dois anos ter sido feito um projeto-piloto. Daí que, invisuais ou eleitores com outros tipo de deficiência não tenham alternativa que não seja votar acompanhados. E precisam de um atestado para comprovar a deficiência, que tem que ser passado pelo centro de saúde.
Pormenores
Local de voto
Para saber onde vota, o eleitor pode dirigir-se à junta de freguesia ou enviar um SMS para o número 3838 com: RE (espaço) Número do BI/CC (espaço) Data de nascimento (AAAAMMDD). Pode também consultar a página www.recenseamento.mai.gov.pt.
Como votar
As urnas estão abertas entre as 8 horas e as 20 horas, uma hora a mais em relação à anterior eleição. Para votar, basta indicar o nome e entregar o documento de identificação. Caso não o tenha, pode levar qualquer documento oficial com fotografia ou recorrer a dois eleitores que atestem a identidade. Deve levar máscara e desinfetar as mãos.
Presencialmente
O voto é exercido presencialmente pelo próprio, não sendo possível passar procuração a outra pessoa. Quem tiver deficiência pode, contudo, votar acompanhado. Mas pode ser exigido um atestado.
Três boletins
Nas autárquicas são três os boletins de voto: branco para a Assembleia de Freguesia, amarelo para a Assembleia Municipal e verde para a Câmara. Mas os eleitores não são obrigados a votar para os três órgãos. Podem abster-se.
Voto secreto
Ninguém pode ser obrigado a revelar o sentido do voto. Mas se pretender dizer não o pode fazer na assembleia de voto ou nas imediações, salvo para sondagens.