Todos os dias, as impressões de Ana Martins e Paulo Pinto Mascarenhas sobre o dia-a-dia da campanha para as legislativas.
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Se há ideia que a coligação tem feito passar é a de que o pior já passou. Que herdaram um país endividado e que, agora sim, a austeridade tem os dias contados. Parafraseando Passos Coelho, trata-se de um mito urbano. Porque este é o PM que afirmou que "sensato seria baixar o salário mínimo". Quer colocar Portugal "numa das dez economias mais competitivas do mundo", mas com mais de 1.2 milhões de trabalhadores a ganhar menos de 600 euros e quase um milhão com o salário mínimo, o que se esqueceu foi de acrescentar que quer competir com o Laos ou com o Camboja. Em nenhum dos casos se lamentou da troika, pelo que só resta acreditar que é por convicção. É mesmo este o país que queremos?
Ana Martins Docente e investigadora em psicologia
Quem entra na reta final da campanha à frente, chega à frente no fim. Mas é preciso saber como é que o PS vai votar e qual vai ser a sua dinâmica no parlamento se a coligação ganhar. As duas frases não são minhas, mas citações do habitual comentário de António Vitorino na SIC Notícias - e quem sou eu para desmentir o antigo comissário europeu, eminência parda do PS, mandatário da candidatura liderada por Francisco Assis às eleições europeias de 2014? Ontem ainda, uma sondagem da Marktest dava 41% à coligação PSD/CDS e 29% ao PS. A três dias das eleições, os dados parecem estar lançados: a grande questão é se a coligação Portugal à Frente consegue atingir a maioria absoluta - e se os socialistas se vão manter radicais no "day after".
Paulo Pinto Mascarenhas Consultor de comunicação