Todos os dias, as impressões de Ana Martins e Paulo Pinto Mascarenhas sobre o dia-a-dia da campanha para as legislativas.
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Não é novidade que Portas e Passos não lidam maravilhosamente com a certeza das suas decisões e as suas verdades têm o prazo de validade de um laticínio. Primeiro, "o BES não era o GES" e foi o que se viu. Depois, o BES "não custará um único cêntimo aos contribuintes", para uns meses mais tarde passar a haver "custos indiretos". Agora, que mais uma vez a meta do défice não foi cumprida (nunca foi, a não ser quando renegociada), afinal isto do fundo de resolução é bestial, "quanto mais tarde recebermos os juros melhor". Já sabíamos que Passos tinha sido tenor, mas a veia para a comédia também não lhe falta. O problema é o preço do bilhete: somos nós que o pagamos - e isto, sim, é viver acima das nossas possibilidades.
Ana Martins, docente e investigadora em Psicologia
Como há vida para além do défice, estive por razões profissionais na atribuição do prémio Top 5 - A Excelência dos Hospitais, na Universidade Nova de Lisboa. Ora, entre os cinco melhores hospitais públicos está o Hospital de Braga, uma parceria público-privada administrada pela José de Mello Saúde que ficou em primeiro lugar nas unidades de média/grande dimensão. Sim, uma das PPP, tantas vezes diabolizadas, prova que os hospitais do SNS podem ser geridos por privados com largo benefício para doentes e contribuintes. Alguém ouviu falar deste e de outros assuntos de saúde na campanha?
Paulo Pinto Mascarenhas, consultor de comunicação