Todos os dias, as impressões de Ana Martins e Paulo Pinto Mascarenhas sobre o dia-a-dia da campanha para as legislativas.
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"Amnésia" era o nome do vinho colocado na mesa de almoço da campanha da coligação. Talvez isso explique como um PM confunde um pagamento antecipado ao FMI com um reembolso de obrigações. Ou porque aumentou ainda mais a dívida pública. Afinal, não era esta a raiz de todos os males? Costa também teve a sua amnésia. Esqueceu-se que a mais do que legítima condição de recursos no RSI foi feita há anos pelo PS e deixou o PM faltar à verdade à sua frente. Esqueceu-se, sobretudo, de escapar ao populismo do aumento das pensões mínimas, dado que só uma em cada três destas diz respeito a efetiva pobreza. Pelo meio, o Bloco esqueceu-se que o Syriza coligou-se com a direita. E nazis agrediram comunistas em Lisboa. Mas estamos todos amnésicos.
Ana Martins, docente e investigadora em Psicologia
Leio no online do JN de ontem que José Sócrates quer votar nas legislativas sem pedir autorização judicial. É uma questão menor que talvez António Costa possa comentar como antigo ministro da Justiça de António Guterres (1999-2002) e da Administração Interna do próprio Sócrates (2005-2007). Como lisboeta, fico mais preocupado que o líder do PS tenha dito que pretende ser o presidente da Câmara de todos os portugueses. Para além do paroquialismo, com tantos buracos nas ruas que deixou na capital, espera-se que Portugal não se torne num imenso queijo suíço.
Paulo Pinto Mascarenhas, consultor de comunicação