O secretário de Estado das Finanças exigiu, esta sexta-feira, um pedido de desculpas público ao presidente do Eurogrupo sobre as declarações sobre os países do sul da Europa. Jeroen Dijsselbloem mostrou-se "chocado" com a reação portuguesa.
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"Quero dizer-lhe que foi profundamente chocante aquilo que disse dos países que estiveram sob resgate. E gostaríamos que pedisse desculpas perante os ministros e a imprensa", disse Ricardo Mourinho Félix ao presidente do Eurogrupo, esta sexta-feira em Valletta, capital de Malta.
Na resposta, Jeroen Dijsselbloem disse que falaria sobre isso, mas afirmou que "a reação de Portugal também foi chocante".
"Não lhe vou exigir um pedido de desculpas... mas vou dizer alguma coisa", acrescentou o presidente do Eurogrupo.
Jeroen Dijsselbloem continua sob fortes críticas depois da entrevista ao jornal Frankfurter Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do sul da Europa, que "não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda".
As declarações motivaram vários pedidos de demissão, sobretudo do Governo português. Ainda esta semana, o primeiro-ministro português, António Costa, insistiu que o presidente do Eurogrupo "não tem a menor condição" para continuar no cargo.
À entrada para o Eurogrupo de hoje, Jeroen Dijsselbloem afirmou que não se demite e mostrou-se disponível para cumprir o mandato até ao fim, ou seja, até janeiro.
Na reunião dos ministros das Finanças da zona euro que decorre esta sexta-feira em Malta, o secretário de Estado das Finanças substitui Mário Centeno, que não pode marcar presença por questões de agenda.