A diocese do Porto tem actualmente mais de 70 candidatos em processo de "discernimento e formação" para o diaconado permanente, estando prevista para 8 de Dezembro próximo a ordenação de 17 diáconos e cerca de 30 no ano seguinte.
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O Conselho Presbiteral da diocese portucalense deu, na semana passada, particular atenção aos 14 diáconos permanentes já no activo e aos que se preparam para as próximas ordenações. Defende que "é preciso preparar a melhor integração dos novos diáconos no exercício do ministério pastoral e na vida das comunidades cristãs". Sublinha que "o impacto desta novidade reflectir-se-á de forma inelutável em toda a orgânica ministerial da Igreja Portucalense". Conclui: "Se, para os próximos anos, se prevê a ordenação de cerca de 70 candidatos, teremos efectivamente uma situação nova que vai obrigar a hábitos novos a todos os níveis. Novos espaços e oportunidades de comunhão, partilha e coordenação vão surgir".
Com a primeira experiência de diáconos permanentes, no Porto como noutras dioceses portuguesas, realidade que já conta 25 anos, ainda não se aprofundou quanto seria desejável essa nova realidade ministerial na Igreja. É urgente fazê-lo, para que os diáconos ganhem em identidade, em vocação e missão na Igreja, e não sirvam apenas para compensar a escassez de presbíteros.
O diaconado permanente, recorda-se, foi restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) como primeiro grau do sacramento da Ordem, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade). Os diáconos distinguem-se, segundo a doutrina da Igreja, pela dedicação às obras de caridade e de assistência e na animação de comunidades ou sectores da vida eclesial, presidindo também à celebração de alguns sacramentos.
Em Julho de 2007, o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, convidou os párocos a apresentar candidatos ao diaconado permanente. O Conselho Presbiteral da diocese afirma que é preciso evitar a perspectiva "redutora" que vê nos diáconos a compensação da falta de presbíteros. O importante é que a Igreja Portucalense os entenda como sinais sacramentais vivos de Cristo Servo. Para isso, é importante salientar a identidade ministerial dos diáconos permanentes, radicada no sacramento da Ordem, sendo necessário estabelecer em bases seguras um salutar relacionamento com presbíteros e comunidades cristãs.