Há três bispos portugueses que já completaram 75 anos, idade canónica para pedir a Roma dispensa da sua missão. São os bispos de Bragança-Miranda, D. António Montes Moreira; de Coimbra, D. Albino Cleto; e de Viana do Castelo, D. José Augusto Pedreira.
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Mais quatro estão perto de completar os 75 anos: bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, em Setembro próximo; bispo auxiliar do Porto, D. João Miranda, em Dezembro; patriarca de Lisboa, cardeal D. José Policarpo, em Fevereiro de 2011; e bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, em Maio do próximo ano.
Em breve, haverá mudanças no Episcopado português. É natural que, à cabeça, se pense mais no sucessor de D. José Policarpo, em Lisboa, onde o bispo, além de patriarca, cedo ou tarde, será nomeado cardeal, se se mantiver a tradição. No panorama actual do Episcopado, os nomes que mais aparecem à luz para essa eventualidade são os dos bispos do Porto e de Leiria-Fátima, respectivamente, D. Manuel Clemente e D. António Marto, e mais aquele do que este, a avaliar pela estima que lhe têm no patriarcado e por ser reconhecido como figura de prestígio na sociedade portuguesa, veja-se a atribuição recente que lhe fizeram do Prémio Pessoa.
Ressalve-se que os bispos não são eleitos democraticamente nem por aclamação do Povo de Deus, mas nomeados pela Santa Sé, que, através da Nunciatura, procede a consultas, não renunciando, muitas vezes com surpresa, à sua decisão última.
Nessa hipótese, Porto ou Leiria-Fátima precisariam de novo bispo. Ou se daria a transferência, pouco provável, de algum residencial ou algum bispo auxiliar de Lisboa, Porto ou Braga seria nomeado, não se pondo de fora alguém que fosse ordenado bispo para ir ocupar uma dessas dioceses vagas. O que será pouco provável atendendo à importância do Porto e de Leiria-Fátima. Recorda-se que, em Lisboa, há quatro bispos auxiliares; no Porto, três; e, em Braga, dois. Quanto a Vila Real, já há um bispo coadjutor com direito a sucessão, D. Amândio José Tomás.
Nos últimos tempos, tem havido consultas quanto a sacerdotes episcopáveis, mas nem todos os chamados são escolhidos, porque as respostas de quem é consultado, positivas ou negativas, não são vinculativas, cabendo à Santa Sé a decisão final. É previsível que não tardem novas consultas sobre novos candidatos.
Com escassez de clero, seria de mau gosto a inflação de bispos!