Aluno de Erasmus caiu na água durante cruzeiro e nunca foi encontrado. Acidente ainda está por esclarecer.
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Faz este sábado quatro anos que não se sabe o que realmente aconteceu a Diogo Penalva, desaparecido desde a madrugada de 13 de novembro de 2017. O jovem, de 21 anos, terá caído do décimo segundo convés de um cruzeiro com dois mil estudantes ao mar Báltico, durante uma travessia entre Helsínquia, na Finlândia, e Estocolmo, na Suécia. Em que circunstâncias caiu, os motivos da queda e o que foi feito para salvar o estudante, que estava a fazer Erasmus em Talin, na Estónia, são algumas das perguntas que persistem até hoje sem resposta.
O jovem foi oficialmente dado como desaparecido depois de três horas de buscas. A Tallink, proprietária do navio cruzeiro Silja Serenade, onde seguia Diogo, garantiu, na altura, que este "saltou" deliberadamente, havendo imagens de videovigilância que o comprovam e que foram entregues à Polícia. Testemunhas relataram também que o estudante caiu de uma altura de 30 metros depois de abandonar uma das discotecas do cruzeiro. Sem novos dados, dias depois a Polícia finlandesa arquivava o caso sem se saber porque é que o estudante terá saltado.
Inconformada e após quatro meses sem conseguir obter mais informações junto da Polícia finlandesa, a família do estudante enviou uma carta à Organização Marítima Internacional, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) responsável pela segurança marítima. Pediu a ajuda desta organização para apurar se o navio respeitou as normas de segurança naquela noite e se o comandante acionou imediatamente os procedimentos de busca e salvamento quando foi dado o alerta de queda de um passageiro ao mar.
Na carta, os pais do jovem lembravam ainda que "segundo as tabelas internacionais, o ser humano resiste até três horas se a temperatura da água registar valores entre 4,5 e 10 graus Celsius, que seria o caso", além de que Diogo sabia nadar e a zona não era de "correntes significativas". A família lamentava que "apesar de teoricamente existir um processo de averiguações a decorrer na Finlândia, nada se sabe sobre o que realmente se passou".
Sem as respostas que procuram, os pais do aluno da licenciatura em Finanças e Contabilidade na ISCTE Business School responsabilizaram sempre a Polícia finlandesa pela falta de esclarecimentos sobre o desaparecimento. O JN contactou o advogado da família, Bruno Carrêlo Mota, que disse que esta "não pretende prestar declarações sobre o tema neste momento".
Outros Casos
Salto para o rio
Em 2012, Gonçalo Ferraz, 22 anos, saltou para o Danúbio, com um colega, para nadar, depois de uma festa de Erasmus. Foi encontrado sem vida 13 dias depois. Estudava em Budapeste, na Hungria.
Passeio fatal
Miguel Lemos, 21 anos, desapareceu em 2018, em Bruxelas, na Bélgica, onde estudava. Foi procurado durante quatro dias e encontrado morto na floresta onde costumava passear.
Morre em varanda
No mês passado, Maria Neto, 23 anos, foi encontrada morta na varanda de uma residência universitária, em Varsóvia, após tentar entrar pela varanda numa festa.
Morte misteriosa
Tomás Alcaravela, 19 anos, foi encontrado esta semana morto numa claraboia, junto ao apartamento onde vivia. Estudava Medicina na República Checa.
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