O Vaticano e a Rússia decidiram "estabelecer plenas relações diplomáticas", após o encontro entre Bento XVI e o presidente russo, Dmitrij Medvedev, na passada quinta-feira.
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Foi a primeira visita de Medvedev à Santa Sé, tendo sido recebido também pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone. A então União Soviética tinha estabelecido relações diplomáticas com o Vaticano, em Março de 1990, um ano antes da sua desintegração e pouco depois da visita do presidente Gorbachov, recebido em audiência por João Paulo II, em 1 de Dezembro de 1989. As relações ficaram-se pelo nível de representações permanentes. Logo a seguir, a Santa Sé reconheceria a Federação Russa como sucessora jurídica da URSS. Nesse quadro, João Paulo II receberia por duas vezes, em 1991 e 1998, o presidente Borís Yeltsin, e, em 2000 e 2003, o presidente Vladímir Putin, recebido igualmente, em 2007, por Bento XVI. Mesmo assim, João Paulo II não foi convidado por qualquer dos presidentes a visitar Moscovo, como tanto desejava. Agora, pode ser que isso aconteça a Bento XVI, que tem ajudado também a melhorar as relações com a Igreja Ortodoxa da Rússia. Já menos insistentemente, os ortodoxos continuam a acusar a Igreja de Roma de fazer proselitismo num terreno que consideram seu, desconfiando e censurando quem ali faça outras propostas religiosas.