
Remuneração é mais elevada quanto maior o grau académico
Foto: Paulo Spranger/Global Imagens
Os diplomados em instituições de Ensino Superior portuguesas e com experiência internacional têm salários mais elevados. A conclusão é do relatório Eurograduate 2022, iniciativa lançada pela Comissão Europeia, cujos resultados foram conhecidos esta sexta-feira, em Lisboa.
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O documento mostra que um maior grau académico está associado a melhores condições no mercado de trabalho.
Uma análise aos salários médios mensais revela que um diplomado, que acabou os estudos em 2016 numa instituição portuguesa, e que tenha experiência internacional ganha, em média, 1930 euros, mais 344 euros do que aqueles que não trabalharam lá fora.
O relatório aponta que os resultados podem estar enviesados, já que os diplomados em 2020 com trabalho lá fora ganham 1565 euros. O valor mais baixo pode estar relacionado com a progressão na carreira. Os diplomados que se formaram há mais tempo conseguiram subir no posto de trabalho e, por isso, ganham mais. Em média são mais 280 euros.
Relativamente à remuneração média mensal, é possível perceber também que os diplomados nas universidades públicas têm salários mais altos. Os que se formaram em 2016 ganham 1787 euros, em média, contra os que se formaram em universidades privadas (1640 euros), no mesmo ano.
Mais estabilidade
É também claro que, quanto maior o ciclo de estudos, a remuneração é mais elevada. De acordo com o relatório, que abrangeu todos os Estados-membros da União Europeia, ter um mestrado garante um melhor salário do que uma licenciatura ou um curso técnico superior profissional (CTeSP). Os que se formaram em 2020 e são mestres ganham 1534 euros, contra os 1237 euros dos licenciados e os 1047 euros daqueles com formação técnica.
Em Portugal, o estudo foi desenvolvido pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, com a colaboração do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior. Mais de 35 mil pessoas participaram na iniciativa, a primeira que permitiu fazer um acompanhamento nacional dos diplomados do Superior.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior aponta, em comunicado, que “os diplomados há mais tempo, bem como aqueles com níveis mais elevados de qualificações superiores, tendem a beneficiar de melhores condições no mercado de trabalho, seja ao nível da empregabilidade, seja ao nível da remuneração”.
Respondem às exigências
Entre os diplomados, verifica-se que há uma grande proporção de pessoas cujos pais não têm Ensino Superior, isto é, cerca de 70%. O nível de habilitações dos progenitores está concentrado no ensino básico, tanto nos que se formaram em 2016, como em 2020.
As pessoas com formação superior autoavaliam-se “como estando bem preparadas para responder às exigências do mercado”, aponta a tutela. Os diplomados dizem também ter competências acima das exigidas para o emprego atual.

