Diretora-geral de Saúde aponta caminhos para a internacionalização dos médicos
A diretora-geral de Saúde, Rita Sá Machado, mostrou, esta sexta-feira, os possíveis caminhos para a internacionalização dos médicos como uma forma de enriquecer o seu currículo, num encontro em que a saída de profissionais de saúde foi vista como “uma oportunidade e não uma ameaça”.
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A diretora-geral de Saúde, Rita Sá Machado, participou, esta sexta-feira, na segunda reunião aberta do Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, sob o tema “Oportunidades de internacionalização da classe médica”, para mostrar os possíveis caminhos para o enriquecimento curricular dos médicos no exterior.
A reunião ocorreu numa altura em que se conheceu um estudo da Federação Académica do Porto em que metade dos estudantes universitários admitiu ponderar emigrar. “Não escondemos a realidade. Isto também é verdade para os médicos. Temos que partir desta realidade e ter uma perspetiva construtiva. Não é necessariamente mau um jovem talento sair e enriquecer sua carreira profissional. Resta-nos é criar mecanismos para voltar para o país”, considerou o presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Roberto Roncon de Albuquerque.
“É uma realidade que importa discutir. O que nos parece é que a internacionalização é uma oportunidade para a capacitação dos nossos profissionais de saúde e uma oportunidade também de reter talentos. É possível ir adquirir competências e até é desejável, faz parte, é algo que pode enriquecer uma carreira médica”, prosseguiu.
Para Roberto Roncon de Albuquerque, “acima de tudo, é importante também pensar na perspetiva do regresso e como é que podemos, dinamizando o sistema de saúde, criar mecanismos para aproveitar esta internacionalização para depois recebermos de volta e reter os nossos talentos”. “Vemos a internacionalização como uma oportunidade e não como uma ameaça”, sintetizou o presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Medicina.
A presença da diretora-geral de Saúde serviu precisamente para dar o exemplo de como é possível adquirir competências no exterior que acabem por ser uma mais-valia para o país, uma vez que Rita Sá Machado era conselheira da Organização Mundial de Saúde na área da saúde e migrações quando se tornou a sucessora de Graça Freitas.
“É uma escolha individual. Se tiverem a oportunidade de conhecerem coisas lá fora poderá ser de salutar para cada um mas também não se pensar que a única forma de nos internacionalizarmos é sairmos do país”, resumiu Rita Sá Machado, no final do encontro.
Durante a reunião do Conselho Pedagógico, a diretora-geral de Saúde mostrou as diversas formas de um médico se internacionalizar, ou seja, ganhar experiência curricular no estrangeiro. “Não é preciso sair do país para fazermos essa internacionalização. Não quer dizer que não devamos internacionalizar e ir para fora. Nada disso”, afirmou, por exemplo, revelando que chegou a ser consultora enquanto exercia saúde pública em Portugal.
Rita Sá Machado acrescentou: “Podemo-nos internacionalizar de forma temporária mas também podemos ficar sempre lá”. E garantiu que não considera o seu regresso a Portugal como “um passo atrás” na sua carreira.