Diretores até recebem propostas de candidatos com o 11.º ano para dar aulas
Em dia de greve, Mário Nogueira denunciou que à federação têm chegado queixas de diretores que estão a receber para vagas em contratação de escola candidatos com o 11.º ou 12.º ano, outros licenciados que inflacionam as notas no concurso ou que não têm cursos reconhecidos em Portugal.
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Os diretores, assegura Nogueira, defendem que uma entidade externa valide antecipadamente a informação colocada pelos candidatos na plataforma de concursos, pois “passam dias a verificar os dados e depois acabam à mesma sem professores porque ninguém tinha as habilitações”. O líder da Fenprof aproveita para criticar o Governo por ter voltado a baixar os requisitos mínimos para a docência: “querem pôr estagiários a tapar buracos”, atira.
A proposta do Governo de revisão da formação inicial, que pretende ser uma resposta à falta de professores, ameaça tornar-se em novo ponto de discórdia, admite Nogueira. O projeto de diploma volta a ser negociado na terça-feira. E o líder da Fenprof alerta que os docentes de quadro deslocados há anos não vão aceitar perder a oportunidade de se aproximarem à residência por os horários serem atribuídos a estagiários. Nas regiões autónomas, refere, já faltam docentes, especialmente no 1.º ciclo, sendo que nos Açores já foram contratados psicólogos e arquitetos para dar aulas.