O apelo é feito pelo presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira: os alunos do 3.º ciclo e Secundário deviam passar "imediatamente" para o ensino misto. Isto é, oscilarem entre aulas presenciais e à distância permitindo a redução do número de turmas ao mesmo tempo nas escolas.
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"As escolas devem avançar de imediato para o plano B", defendeu ao JN Manuel Pereira.
A Comissão Municipal da Proteção Civil de Matosinhos pediu ao Governo esta semana para que os alunos do 3.º ciclo, Secundário e Profissional passem para ensino à distância até 15 de novembro. A presidente da câmara, Luísa Salgueiro, defendeu em conferência de Imprensa, ser preferível esta mudança provisória para tentar travar os contágios do que a medida ser aprovada mais tarde, durante mais tempo.
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Confrontado com esta posição, o presidente da ANDE manifestou concordar com o princípio. Os municípios da região Tâmega e Sousa especialmente "estão sob uma pressão brutal" e "apesar de as escolas não serem o centro de disseminação da doença podem ser um possível foco de contágio", considera.
As escolas têm os planos de ensino presencial, misto e à distância aprovados. E "passar para ensino misto seria uma solução menos dolorosa e que reduz substancialmente o número de alunos nas escolas", insiste.
Já o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e de Escolas Públicas (ANDAEP) considera prematuro uma mudança nacional ou para uma região. Filinto Lima defende medidas circunscritas a municípios
"Nas escolas cumprimos as regras e procedimentos da Direção Geral de Saúde. Não somos o foco, os focos estão fora", frisa Filinto Lima.
O JN confrontou o Ministério da Educação com os apelos de diretores e autarcas, não tendo recebido até ao momento uma resposta.
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À espera de computadores
Na semana passada, no Parlamento, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues garantiu que os primeiros computadores do plano digital começarão a ser distribuídos durante a primeira quinzena de novembro.
Filinto Lima e Manuel Pereira alertam que uma mudança para o ensino à distância pode voltar a criar constrangimentos aos alunos sem computador ou acesso à Internet em casa.
"Não temos mais computadores do que tínhamos no 3.º período e as escolas ainda não sabem os moldes, se se tratam de empréstimos, doações. Os alunos abrangidos pela Ação Social Escolar são apenas uma franja", sublinha Filinto Lima, que insiste: "Não vale só anunciar promessas é preciso concretizar".