Dirigente do Bloco de Esquerda desfiliou-se do partido por não “encontrar respostas”
Jóni Ledo, dirigente distrital em Bragança e membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE), desfiliou-se do por “neste momento não encontrar respostas” neste partido explicando que se trata de uma “decisão ponderada e assente em convicção pessoal e intransmissível”, acrescentou.
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Entre as razões apresentadas para a sua saída do Bloco, Jóni Ledo refere a falta de respostas que tem encontrado nesta força partidária para a resolução dos problemas do Interior. “Não encontro neste momento essas respostas no Bloco de Esquerda para mim. As liberdades individuais, a saúde mental, o combate à pobreza e o Interior do país. Não considero que neste momento essas respostas estejam a ser atendidas, e por isso, e pela situação que o país enfrenta que exige respostas claras e uma luta vincada a uma extrema-direita que trepa nestes territórios, que comuniquei hoje aos órgãos do Bloco de Esquerda a minha decisão de desfiliação do partido”, explicou o ex-militante do BE.
óni Ledo não quis revelar ao Jornal de Notícias se vai integrar outro partido político, referindo que, por, agora irá refletir sobre o futuro e estar atento ao que se passa a nível social e político no distrito. "Não está nos meus planos integrar outro partido, mas eu tenho o bichinho pela participação social e política e, por isso, não estarei fora da política. Vou andar por aí e abraçar as causas que me façam sentido”, indicou o antigo eleito do BE para a Assembleia Municipal de Vila Flor que promete “uma ação forte” em termos sociais e políticos na região. “Darei a minha opinião em todos os espaços que poder”, acrescentou.
esse período de reflexão estará a decisão do sentido de voto nas próximas legislativas de 10 de março, que ainda não quis revelar. “Terei dois meses como qualquer cidadão para decidir sobre isso e oportunamente indicarei essa opção", afirmou Jóni Ledo que nega qualquer divergência com a atual coordenadora do Bloco, Mariana Mortágua, ainda que neste momento não saiba se vai vota nesta força partidária.
“Vou refletir, com algum pensamento do que fará mais sentido, uma vez que eu voto no distrito de Bragança, quando temos uma situação tão frágil e com a possibilidade de o Chega eleger mais deputados (para a Assembleia da República). Este é um dos problemas. O Bloco podia ser o polo oposto do Chega, que lhe podia fazer frente, e isso não acontece e, por vezes, até potencia o crescimento do Chega com algumas propostas. O caminho para travar o Chega não é fácil de combater” explicou Jóni Ledo.
Militante do Bloco de Esquerda desde os 18 anos, Jóni Ledo foi candidato pela primeira vez à Assembleia Municipal de Vila Flor com essa idade e eleito com 19, cargo que exerceu até 2021. Desde 2009 até 2022 foi dirigente distrital e nos últimos desses quatro anos, porta-voz da Comissão Coordenadora Distrital. Entre 2021 e 2023 foi dirigente Nacional, fazendo parte da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.
No entender de Jóni Ledo o mundo e o país “mudaram bastante” pelo que defende que as respostas da Esquerda devem ser focadas “na sua verdadeira essência, a condição de vida das pessoas, a melhoria das condições de trabalho, mas também a responsabilidade em toda e cada decisão”.