Disciplina de Cidadania: Montenegro recusa ideia de estar a defender bandeiras do Chega
O primeiro-ministro refutou, esta segunda-feira, a crítica de estar a ceder ao Chega com a revisão da disciplina de Cidadania, que anunciou durante o congresso do PSD, realizado este fim de semana.
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"Estamos a defender as bandeiras que interessam à população portuguesa. Só", disse Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas no final da inauguração de duas unidades de saúde em Ourém.
Questionado se ficou surpreendido com as críticas feitas ao anúncio, o primeiro-ministro respondeu: "O conceito de dimensão da crítica nem sempre tem uma correlação entre o que se diz na esfera pública e o que sente o povo português". Confessou ainda "não estar hoje muito preocupado com isso", mas antes "concentrado em resolver os problemas das pessoas, em tentar trazer para agenda da discussão pública aquilo que interessa à vida das pessoas".
Já antes, durante a intervenção que fez na inauguração das duas unidades de saúde no concelho de Ourém, uma em Rio de Couros e outra em Caxarias - nesta freguesia, foi também descerrada a placa nova sede da Junta -, Luís Montenegro tinha também salientado a preocupação de "servir e de estar ao lado das pessoas", sem preconceito ideológico.
O primeiro-ministro apontou a saúde como uma das áreas onde o interesse das populações deve "estar à frente de qualquer outra preocupação nomeadamente ideológica".
"Não há ideologia quando se trata de servir o cidadão. Há o serviço ao cidadão", afirmou, defendendo que os 16,8 mil milhões de euros previstos no Orçamento do Estado de 2025 para a saúde "têm de ser transformados em cuidados de saúde acessíveis e efetivos" às pessoas. "É demasiado dinheiro, demasiado esforço financeiro, para não se repercutir em melhores serviços", apontou.