Preferência por destinos do Interior e turismo de Natureza acentua-se, mas cidades também vão sentir a recuperação.
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No segundo ano de pandemia, os portugueses voltam a optar por destinos nacionais para as férias, sustentando assim uma perspetiva otimista, que aponta para uma ocupação quase plena nos meses de julho e agosto e, em alguns casos, a manter a tendência em setembro. Mas, a par das estadias mais longas, as "escapadinhas" por períodos curtos estão também em alta, com algumas unidades já esgotadas para fins de semana até ao mês de outubro.
Descobrir, ou redescobrir, Portugal parece ter sido outro efeito colateral da covid-19. Em 2020, com receio de destinos muito concorridos, houve muita gente a optar por unidades do Interior, em zonas mais tranquilas, uma tendência que, tudo indica, se vai repetir este ano. "Toda a região está cheia de portugueses, com relevância para os meses de julho e agosto. Há uma preferência por espaços de Natureza e uma crescente procura por produtos turísticos fora das zonas massificadas, normalmente associadas à praia. E há também essa tendência nova para o turismo ativo, com circuitos pedestres ou rotas cicláveis", adianta Pedro Morgado, presidente da Região de Turismo do Centro, destacando outro dado importante: o aumento das estadias médias. "O que se verifica é que começam por reservas mais curtas e acabam por prolongá-las, em função da perceção de segurança que sentem", sustenta.
Um cenário comum também à Zona Norte, mas, onde as previsões mais animadoras se estendem às cidades. "Vamos voltar a ter uma ocupação acima dos 95% no Minho, Douro e Trás-os-Montes, mas no que toca ao Porto assistiremos a uma recuperação assinalável", confia Luís Pedro Martins, presidente da Região de Turismo Porto e Norte.
Barcos e caminhadas
Em alta estão unidades onde o distanciamento está garantido, como são as casas-barco Marinha da Noeirinha, em Aveiro. "Ao nível dos fins de semana, temos praticamente tudo esgotado até setembro", diz fonte da empresa. O mesmo sucede no Alqueva, em pleno Alentejo, onde as estadias em embarcações estão "praticamente esgotadas" até outubro.
No Interior, há também uma opção crescente por unidades de gama superior. Nas Casas da Lapa, em Seia, a perspetiva é de um verão em pleno. "As pessoas vêm para caminhar, para contactar com a Natureza. Há uns anos, só os estrangeiros optavam por isso, agora os portugueses estão a descobrir esta forma de fazer turismo", explica Maria Manuel Silva.
Mas os destinos de praia não perdem peso e no Algarve a expectativa é que o verão seja alavancado pela procura nacional. "Somos uma região de baixa incidência de contágios e com grande parte da população já vacinada, o que aumenta a perceção de um destino seguro", sublinha João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, acrescentando que a expectativa é de uma "subida do número de turistas portugueses em julho e agosto, que deve prolongar-se para setembro".