O aumento dos preços, a falta de habitação, as poucas linhas de transportes nas periferias e a repressão policial nos bairros são alguns dos motivos que levaram o movimento Vista Justa a convocar uma manifestação para este sábado, numa marcha do Rossio até São Bento.
Corpo do artigo
"Não há paz sem justiça": é o mote do protesto marcado pelo movimento Vida Justa, que nasceu nos bairros dos subúrbios e nos territórios pobres da grande Lisboa e Setúbal, que espera juntar milhares de pessoas na tarde deste sábado em Lisboa. "A injustiça persiste também por causa do nosso silêncio. Vamos tomar a palavra e exigir que se façam políticas justas que promovam a igualdade", pode ler-se na convocatória do movimento.
Após várias manifestações e sem encontrarem mudanças positivas, o movimento cívico decidiu sair à rua uma vez mais para lutar contra o aumento dos preços, a falta de habitação os elevados valores das rendas e os baixos salários. "Tudo aumenta, menos o salário. É impossível uma pessoa conseguir viver assim", afirma Flávio Almada, porta-voz do movimento.
Repressão policial
A fraca rede de transportes, em certas zonas do país, é outra das motivações do protesto. "Há zonas, particularmente nas periferias, em que quase não há transporte, sobretudo ao fim de semana e a partir de uma certa hora", explica o porta-voz. A tudo isto acresce a repressão policial nos bairros que, segundo Flávio Almada, não é só "uma questão da violência, mas de sobrevivência". "É uma forma de reprimir e negar a participação [das pessoas] na decisão das coisas que acontecem na sociedade", afirma o porta-voz.
Flávio Almada garante que as medidas apresentadas no Orçamento de Estado para 2024, como o aumento do salário mínimo, não são suficientes para uma vida digna, mas afirma que "qualquer melhoria é boa". À manifestação de hoje juntam-se várias entidades, como, por exemplo, a Fenprof, o PCP, a Solidariedade Imigrante, o SOS Racismo, os coletivos Chão das Lutas e o Porta a Porta.