Primeiro centro de protonterapia do país vai servir centenas de doentes por ano. Técnica tem menos efeitos adversos do que radioterapia convencional.
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Numa manhã de abril, depois da celebração dos 50 anos do IPO do Porto, Júlio Oliveira rumou à Corunha, à sede da Fundação Amancio Ortega, com um sonho. Esta quinta-feira, seis meses depois, o presidente do Conselho de Administração do instituto não escondeu a emoção. O sonho começou a concretizar-se com a celebração do protocolo para a criação do Centro Nacional de Protonterapia. É um projeto pioneiro no país, que vai nascer no IPO do Porto para tratar centenas de doentes por ano, em especial crianças e adultos com tumores em zonas críticas. A técnica provoca menos sequelas do que a radioterapia convencional e tem cada vez mais indicações terapêuticas.
Aquela visita à Galiza tornou o sonho realidade. A Fundação Amancio Ortega, gerida pela mulher do fundador do grupo Inditex, vai doar 80 milhões de euros para a compra das duas máquinas (aceleradores de protões), num dos maiores atos de mecenato de sempre em benefício do SNS. O investimento na infraestrutura que acolherá o centro e deverá ficar localizado junto ao edifício da radioterapia será financiado por 17 milhões de euros do Programa Regional Norte 2030. Dentro de "três a quatro anos", doentes de todo o país vão beneficiar dos tratamentos com protões, algo que atualmente só é possível recorrendo ao estrangeiro.