Para se iniciar um processo de beatificação são necessários cinco anos. No caso da irmã Lúcia de Jesus, o Vaticano prescindiu do prazo.
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"No dia 13 de Fevereiro de 2008, tivemos a surpresa da presença do Cardeal José Saraiva Martins, que presidiu à missa do terceiro aniversário do falecimento da irmã Lúcia, e no fim deu a notícia da dispensa concedida pelo Santo Padre para se poder abrir o processo", revela ao JN a irmã Maria Celina.
A 20 de Março de 2009, o bispo de Coimbra publicou o Decreto de nomeação da Comissão Histórica que tem a missão "de pesquisar e recolher todos os escritos ainda não publicados" de Lúcia, "bem como todos e cada um dos documentos históricos, tanto manuscritos como impressos, que dizem respeito de algum modo à Causa". Desta forma "começava o processo diocesano.
Segundo a irmã da Ordem das Carmelitas Descalças, em Coimbra - a mesma onde Lúcia viveu -, neste momento estão a ser transcritos todos os documentos escritos pela vidente, uma tarefa "bastante demorada", uma vez que "ela escreveu milhares de cartas, as quais vão sendo entregues pelos destinatários". "Sem estes elementos, a comissão histórica não pode avançar o seu trabalho", assegura a irmã que faz também parte desta comissão.
Em breve deverá ser instituído o Tribunal Diocesano que recolherá todas as provas relativas à Causa, desde a documentação histórica dada pela comissão correspondente, até aos interrogatórios das testemunhas", explicou.
Segundo a responsável, o Carmelo de Coimbra tem recebido "largas centenas de cartas relatando graças atribuídas à intercessão da irmã Lúcia". "Com carácter de milagre, há alguns vasos para serem avaliados por peritos, mas é necessário possuir todo o processo médico, o que nem sempre é fácil obter", esclarece a irmã Celina admitindo não saber quando estará concluído o processo.