Doentes ainda esperam mais de dois meses por tratamento da hepatite C
Tempo baixou para metade, mas continua elevado, diz coordenador do programa nacional das hepatites virais da DGS. Taxa de cura é de 97%.
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Os doentes com hepatite C ainda esperam mais de dois meses para iniciar a terapêutica antiviral, cuja taxa de cura é superior a 97%. Um ponto a melhorar numa área em que Portugal se tem destacado pela positiva, contribuindo para as metas internacionais definidas para 2030, que visam a redução da incidência (em 90%) e da mortalidade (65%) das hepatites.
O relatório do Programa Nacional para as Hepatites Virais 2024, apresentado esta quinta-feira no Porto, revela que o tempo médio de espera desde que o pedido do médico até ao início do tratamento foi de 68 dias em 2023, cerca de metade dos 129 dias em 2017 e melhor do queem 2022 (93 dias). Apesar do progresso, "ainda falta melhorar muito", reconhece, ao JN, o diretor do progama nacional para as hepatites virais da Direção-Geral da Saúde. "O ideal seria o médico prescrever e o doente levar a medicação para casa no próprio dia", diz Rui Tato Martinho, notando que em causa estão comprimidos sem efeitos secundários. A melhoria resultou de alteração legislativa que simplificou os procedimentos a partir de 2022.