As patologias relacionadas com o comportamento alimentar aumentaram logo após os períodos de confinamento da pandemia de covid-19. As unidades hospitalares apostam em respostas diferenciadas para tratar os doentes, que são cada vez mais novos. A maioria tem anorexia nervosa.
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É ainda na pré-adolescência (dos 9 aos 11 anos) que se começam a desenvolver quadros de perturbações do comportamento alimentar, sobretudo anorexia nervosa. O JN fez uma ronda por vários hospitais portugueses - alguns são os maiores do país -, que adiantaram um aumento do número de casos a seguir aos períodos de confinamento. Esse crescimento registou-se quer no número de consultas, quer no número de internamentos. Está agora a assistir-se a uma estabilização, dizem os clínicos.
O "aumento muito significativo de casos" de perturbações do comportamento alimentar, como nomeia a Unidade Local de Saúde (ULS) de São José, em Lisboa, foi suficiente para adaptar e, em alguns casos, para aumentar a capacidade de tratamento nas unidades de saúde. Outros hospitais adiantam, no entanto, ter uma capacidade limitada. "Utentes internados com um grau maior de desnutrição vão requerer internamentos mais prolongados e, só existindo oito vagas no internamento [em pedopsiquiatria], a capacidade de internar novos utentes fica obrigatoriamente limitada", aponta a ULS de Coimbra, em resposta ao JN.