O internamento nas unidades de cuidados intensivos dos hospitais cresce há duas semanas consecutivas, alerta a Direção Geral de Saúde, superando o registo mais altos dos últimos 10 anos. Tinha sido no inverno de 2013-2014.
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Os casos de doentes com diagnóstico de gripe nas unidades de cuidados intensivos dos hospitais está a aumentar há duas semanas consecutivas e acima dos registados em períodos homólogos. Tempos de espera nas urgências continuam elevados, sobretudo nos hospitais da capital.
De acordo com o último Relatório da Resposta Sazonal em Saúde Vigilância e Monitorização da Direção-Geral da Saúde, e que se refere ao período entre 25 e 31 de dezembro, a proporção de doentes com gripe admitidos em unidades de cuidados intensivos aumentou para 17,1%, tendo, na semana anterior, sido de 10,4%. Mais: este valor ultrapassou a proporção máxima observada de 13,5%, no mesmo período, na época de 2013-2014. Segundo o relatório, estes casos refletem um aumento na circulação do vírus da gripe num contexto de maior interação social, decorrente da quadra festiva.
Na sexta-feira, o Hospital Amadora-Sintra ficou sem vagas nos cuidados intensivos e intermédios e, no Hospital Santa Maria, 95% das camas de internamento estavam ocupadas.
Olhando para o relatório da DGS, na última semana do ano, verificou-se um aumento de doentes em urgência hospitalar por síndrome gripal em todos os grupos etários, em particular nos mais idosos (34,4%). Mais 9,2% face à semana anterior. Ao mesmo tempo, os intermamentos também cresceram 0,6%.
Quanto à mortalidade em Portugal, foram emitidos 3298 certificados de óbito. Desde a semana anterior ao Natal, observa-se um excesso de mortalidade por todas as causas, tendo sido registados 1048 óbitos em excesso nos grupos etários com 45 e mais anos. As mortes por doenças do sistema respiratório aumentaram nas últimas semanas.
Situação pior em Lisboa
Nos últimos dias, várias urgências de todo o país registaram tempos de espera elevados. Este sábado à tarde, no Hospital Amadora-Sintra, a espera para os doentes urgentes era superior a 12 horas, com 31 pessoas a aguardarem atendimento, e mais de uma hora para os muito urgentes. No Santa Maria, em Lisboa, a espera dos doentes urgentes ultrapassava as três horas (11 pessoas). Já os doentes com pulseira laranja (muito urgente) também tinham que esperar mais de uma hora.
A Norte, os constrangimentos eram menores. No Hospital de São João, no Porto, o tempo de espera para os doentes com pulseira amarela era de 1.25 horas (17 pessoas em espera).