Depois do pico de notificações registado nos dois anos de pandemia, reportes ao Infarmed estabilizam nos 11 mil. Indústria farmacêutica é quem mais comunica.
Corpo do artigo
Depois de mais do que triplicarem em 2021, quando arrancou a campanha de vacinação contra a covid-19, as notificações de reações adversas (RAM) a fármacos reportadas à Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) regressaram a valores de 2019, com 11 153 reportes no ano passado. Os utentes continuam a ser os que menos notificam, num claro predomínio da indústria farmacêutica. Com mais de metade das notificações submetidas a avaliarem o efeito indesejado como grave, em linha com os anos pré-pandemia.
De acordo com o último relatório de farmacovigilância do Infarmed, no ano passado, das mais de 11 mil RAM notificadas, e após avaliação, resultaram 9178 casos (expurgadas duplicações, por exemplo, quando a mesma reação é comunicada pelo utente e pelo médico). Daquele universo de notificações, 60% chegaram através da indústria farmacêutica (a denominada via indireta - ler ao lado) e o restante por via direta (profissionais de saúde e utentes).