De noite, S. Francisco Xavier e Amadora-Sintra só respondem a grávidas referenciadas. Urgência Metropolitana de Ginecologia no Santa Maria.
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A região de Lisboa e Vale do Tejo estreou um novo modelo de funcionamento dos blocos de parto. Os serviços de urgência de obstetrícia dos hospitais Amadora-Sintra e S. Francisco Xavier funcionam durante a noite para grávidas a partir das 22 semanas de gestação, mas apenas com referenciação do INEM/ SNS24.
Outra alteração introduzida prevê que a equipa médica do Hospital de Santa Maria, cujo bloco de partos continuará em obras no primeiro trimestre, dê resposta a uma Urgência Metropolitana de Ginecologia, a funcionar todos os dias, para aliviar a pressão destas urgências nos outros hospitais da região. Os obstetras daquele grande hospital vão também integrar as escalas da urgência e bloco de partos do Hospital de Loures, para que estes serviços funcionem de forma ininterrupta.
As alterações fazem parte de uma deliberação da Direção-Executiva do SNS, divulgada anteontem à noite, que determina que haverá 43 serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia a funcionar em todo o país, dos quais 28 de forma ininterrupta, até ao final de março.
Estão previstos condicionamentos na região Centro, que terá uma urgência com dias de pausa (Hospital de Leiria), mas sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo que terá sete urgências com dias de pausa (Caldas da Rainha, Abrantes, Santarém, Vila Franca de Xira, Almada, Barreiro e Setúbal) e duas urgências com períodos de atendimento referenciado pelo INEM e SNS24. No caso, o Hospital de S. Francisco Xavier, durante a noite, e o Hospital Amadora-Sintra durante a noite e também aos fins de semana.
Ninguém sem resposta
O documento, assinado pelo diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo, faz um balanço da operação "Nascer em Segurança no SNS", iniciada em 2023 para dar resposta à escassez de médicos ginecologistas e obstetras, ao impacto do movimento de recusa às horas extra para lá das 150 anuais obrigatórias e das obras de reabilitação de 33 blocos de parto.
Concluindo que "apesar de todos os problemas, a rede do SNS funcionou e as soluções foram estabelecidas com segurança e qualidade: não houve nenhuma grávida sem resposta, todos os partos mais complexos foram realizados no SNS e, excluindo algum caso pontual por deficiência na utilização do sistema, a resposta teve sempre um carácter de proximidade".
INEM enviou 11 grávidas para privados
Entre julho e novembro do ano passado, o INEM orientou 111 grávidas para os hospitais privados da região de Lisboa e Vale do Tejo convencionados do SNS. O balanço é feito pela Direção Executiva do SNS que conclui que tal corresponde em média a menos de uma grávida por dia. "Como diariamente são efetuados cerca de 69 partos nesta região, tal significa que 99% dos casos tiveram resposta no SNS, o que realça a sua prontidão e suficiência", acrescena ta DE-SNS.
Perante a escassez de obstetras e devido às obras, ainda em curso, no bloco de partos do Hospital de Santa Maria, o plano sazonal de verão "Nascer em Segurança no SNS" prevê, desde julho passado, o encaminhamento de grávidas de baixo risco para fazerem os partos em hospitais privados de Lisboa. A DE-SNS sublinha que, em 11 meses, nasceram 60613 bebés no SNS em todo o país, mais 2,3% do que em igual período de 2022. Mesmo no período mais crítico de férias e de maior impacto da indisponibilidade dos médicos para mais horas extra, foram realizados mais partos, refere a DE-SNS.