O diretor-geral editorial da Global Media Group iniciou a conferência "JN Somos Liberdade", que se realiza este domingo, na Casa da Música, no Porto. Domingos de Andrade destacou que é urgente a decisão da Autoridade da Concorrência quanto à compra de títulos do Global Media Group, em que se inclui o JN.
Corpo do artigo
"Depois da recente 'luz verde" dada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social, falta ainda que a Autoridade da Concorrência se pronuncie sobre o negócio. E essa decisão é absolutamente urgente para permitir um virar de página, para que os jornais, os jornalistas, quem trabalha nas redações e quem apoia as redações deixem de estar no centro das notícias e possam fazer aquilo que fazem, jornalismo transparente, livre e próximo das pessoas", disse Domingos de Andrade, na intervenção que abriu a conferência "JN Somos Liberdade", que está decorrer na Casa da Música, no Porto. O JN celebra, este domingo, 136 anos.
Domingos de Andrade deixou ainda palavras de agradecimento aos investidores da Notícias Ilimitadas, S.A sobre a compra de títulos da Global Media Group, em que se incluem o JN, O Jogo e a TSF. "Temos de estar unidos a preparar o futuro", afirmou. "Sei melhor do que ninguém o esforço financeiro que todos vocês têm feito para manter estas marcas à tona e manter a dignidade às pessoas que trabalham nestas marcas", acrescentou o diretor-geral editorial da Global Media Group.
Sobre o poder político, Domingos de Andrade realçou que há um papel a desempenhar no que toca ao jornalismo, sem que se recorra a "subsídios diretos". As possíveis medidas, disse, podem passar por "mecanismos de literacia mediática", "intervir no plano fiscal" ou "equilibrar o jogo entre os média e as gigantes tecnológicas". "Sem medidas, continuemos a assistir ao encerramento de títulos históricos e ao enfraquecimento dos que subsistem", declarou.
No dia em que o Jornal de Notícias celebra 136 anos, o diretor-geral editorial da Global Media Group destacou o "olhar único [do JN] sobre o país", por ser "o único jornal nacional generalista que não é feito em Lisboa". "É um jornal com sotaque, do qual nos orgulhamos, e que luta contra as assimetrias no país. Acreditamos que o jornalismo terá futuro enquanto tiver pessoas dentro e procurar ir além das agências e das televisões", concluiu.