As armadas de vários países do mundo irão testar, a partir desta segunda-feira e até ao dia 23, drones aéreos, subaquáticos e de superfície na zona livre tecnológica, em Tróia. A Marinha vai com a participação de 25 nações. A iniciativa dá corpo à inovação colaborativa e ao desenvolvimento tecnológico.
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O exercício destina-se a experiências de robótica e de veículos não tripulados, sobretudo drones aéreos, subaquáticos e de superfície. Testar estes equipamentos e desenvolvê-los no mar é o propósito da campanha operacional, que se realizará na zona livre tecnológica. Cada drone e cada ambiente em que se insere têm um propósito, desde a captação de imagens até à avaliação da situação do oceano.
O Comandante Gonçalves Simões, da Marinha portuguesa, exemplificou, ao JN, que um dos testes do exercício consiste no desenvolvimento da comunicação entre drones, de forma a ser possível transmitir informações em tempo real para as estações. Acrescenta que a experiência serve, também, para a "partilha de dados com as universidades para os alunos desenvolverem os seus estudos".
A realização desta iniciativa internacional assenta em torno da inovação, onde o trabalho é colaborativo para desenvolver produtos tecnológicos para o oceano. O Comandante aponta que "é interessante ver empresas que no mercado são competitivas, mas, quando se juntam, é espetacular ver como exercem essa competição de uma forma muito saudável".
A localização da zona livre tecnológica portuguesa, em Tróia, tem uma "particularidade" adequada a estas experiências. Por ter o canhão de Setúbal, as condições do oceano são muito apreciadas pelos países para testar os equipamentos, seja pela indústria, seja pela academia, garante o comandante Gonçalves Simões.
A 12ª edição da REPMUS22 conta com a participação de 25 países de todo o mundo, envolvendo mil pessoas e 17 navios, alguns deles ligados à investigação científica. É organizada pela Marinha portuguesa, juntamente com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e duas organizações da NATO: o Centre for Maritime Research and Experimentation (CMRE) e a NATO Maritime Unmanned Systems Initiative (NATO MUSI).
A zona livre tecnológica Infante D. Henrique, que tem uma área no Oceano Atlântico superior a dois mil quilómetros, foi "transformada" no Centro de Experimentação Operacional da Marinha portuguesa em 2020. E, a partir de março deste ano, foi reconhecida pela NATO e utilizada como centro de testes para o desenvolvimento tecnológico.